A Polícia Federal cumpriu até a tarde desta sexta-feira 52 dos 58 mandados de prisão do Pará relativos à Operação Flagelo II, que tem como objetivo reprimir crimes contra o sistema previdenciário e tributário no Estado.

A operação, organizada pela PF com a colaboração do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e do Ministério Público Federal, ainda cumpre 70 mandados de busca e apreensão. Todos os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Pará.

Até o momento, as investigações apontam para um prejuízo de aproximadamente R$ 22,2 milhões aos cofres da União. Segundo a PF, esse montante deve ser elevado conforme forem analisados os documentos apreendidos.

Além dos 52 integrantes do grupo, foram apreendidos nove carros, três motos, uma máquina de costura profissional --usada nas falsificações dos documentos-- e vários documentos falsos.

De acordo com as apurações, o esquema criminoso se organizava em vários núcleos. Um deles, de intermediários, era encarregado de captar pessoas interessadas em obter benefícios previdenciários.

Um segundo núcleo, de servidores do INSS, era incumbido de receber os pedidos de benefícios previdenciários e fazer falsos lançamentos nos sistemas informatizados para concessão de benefícios.

Havia ainda um grupo responsável por obter empréstimos consignados no benefício fraudulento e outro que realizava o saque de dinheiro nos bancos. Por fim, havia ainda um núcleo encarregado de falsificar os documentos necessários a serem utilizados nas fraudes.

Durante as investigações, segundo a Receita, ficou constatado que, além de 800 benefícios previdenciários fraudulentos, o grupo utilizaria os documentos falsos para realização de empréstimos consignados, tomada de empréstimos em bancos, constituição irregular de empresas e restituição indevida do Imposto de Renda.