Folha Online | 29 de outubro de 2009 - 09:02

Crise faz Palmeiras antecipar decisão do Brasileiro para hoje à noite

O "jogo do título" do Palmeiras, como definiu o meia Diego Souza durante esta semana, precisou ser antecipado. Ele vai acontecer hoje, às 21h, no Parque Antarctica, contra o Goiás.

Provavelmente, nas contas iniciais do atleta, o rótulo não seria colado no duelo. Mesmo com chances de ficar com a taça, o Goiás é o concorrente direto mais distante.

Porém as noções de espaço ficaram um pouco distorcidas para o líder do Campeonato Brasileiro desde a 28ª rodada.

Em 8 de outubro, o Palmeiras entrou em campo no mesmo palco de hoje, contra o Avaí, já ciente de que São Paulo e Flamengo, dois de seus atuais perseguidores, haviam tropeçado um dia antes com empates.

Se vencesse, o melhor time da competição abriria oito pontos de diferença para o vice-líder, na ocasião o São Paulo. O 2 a 2, no entanto, obtido no sufoco, foi apenas o início do caos.

Vieram três derrotas consecutivas, sendo uma para o Flamengo, o que significou mais um tropeço no Parque Antarctica --a última vitória por lá aconteceu há mais de um mês, diante do Atlético-PR (2 a 1).

Jornada a jornada, os adversários foram reduzindo a vantagem palmeirense até que ela chegasse a apenas um ponto antes do início desta rodada.

Tensão nos treinos, críticas públicas entre os jogadores. Com tanta pressão, o Goiás, hoje sete pontos atrás na tabela, transformou-se no rival da decisão do ano para o clube. Ou, pelo menos, a primeira delas.

"A gente era bom até três rodadas atrás. Por que, agora, somos ruins?", questionou o zagueiro Danilo, incomodado com tantos questionamentos feitos pelos jornalistas sobre a situação de momento do time.

Irritação compreensível se forem analisados os números do sistema defensivo. Só nas últimas três exibições palmeirenses foram sete gols sofridos.

Com Muricy Ramalho, tido como armador de defesas sólidas nos tempos de São Paulo --a do título de 2007 sofreu míseros 19 gols em 38 jogos--, esse setor entrou em colapso.

Em 17 partidas no comando do Palmeiras, o técnico viu seus pupilos serem vazados 21 vezes (média de 1,2 gol por jogo).

Pane na defesa? No ataque também. A equipe não fez gol nos últimos três confrontos.

Para piorar as coisas, Vagner Love, um dos poucos atacantes que têm jogado bem, está suspenso. Ortigoza e Obina deverão formar a dupla ofensiva.

"Tem que consertar o time todo. A defesa está tomando muitos gols, o ataque não está fazendo, o meio não tem dado proteção", afirmou Danilo.

Muricy admite que alterações serão necessárias. Em entrevista à Folha de S. Paulo, terça-feira, o treinador disse que poderá mudar a estratégia ou a equipe.

Por outro lado, o atual tricampeão nacional afirmou crescer nos momentos ruins. Para a torcida do Palmeiras, não poderia existir ocasião mais propícia para isso.

PALMEIRAS
Marcos; Figueroa, Danilo, Maurício Santos e Armero; Edmilson, Souza, Sandro Silva (Marcão) e Diego Souza; Obina e Ortigoza.
Técnico: Muricy Ramalho

GOIÁS
Harlei; Valmir Lucas, Rafael Toloi, Ernando e Júlio César; Amaral, Fernando, Léo Lima e Romerito; Iarley e Felipe.
Técnico: Hélio dos Anjos

Local: Parque Antarctica, em São Paulo
Horário: 21h (horário de Brasília)
Juiz: Marcelo de Lima Henrique (RJ)