Reuters News | 27 de outubro de 2009 - 14:08

Fusão no Brasil cria 2ª maior processadora de cana do mundo

A unidade brasileira do grupo francês de commodities Louis Dreyfus anunciou nesta terça-feira que concordou em assumir a Santelisa Vale, um dos maiores grupos de açúcar e etanol do Brasil, para criar a segunda maior processadora de cana-de-açúcar do mundo.

A unidade local Louis Dreyfus Commodities Bioenergia (LDC) e a Santelisa Vale disseram que o novo empreendimento, chamado LDC-SEV, controlará 13 usinas e terá uma capacidade anual de moagem de cana de 40 milhões de t, ficando atrás apenas da Cosan.

A Louis Dreyfus e um grupo de parceiros financeiros injetarão R$ 800 milhões no empreendimento, disse o grupo francês, acrescentando que também vai assumir dívidas. O valor, entretanto, não foi divulgado.

A Dreyfus terá uma participação de 60% no novo empreendimento, os acionistas da Santelisa Vale terão 18% e outros investidores ficarão com 9%. Os 13% restantes ficarão nas mãos de bancos. As empresas também afirmaram que planejam uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) para financiar uma expansão futura.

"A LDC-SEV planeja ter um IPO no futuro próximo em uma tentativa de garantir acesso ao capital necessário para sustentar sua ambição de manter um papel de liderança no crescimento e consolidação do setor de açúcar e etanol do Brasil", disseram as empresas em comunicado. "O plano de expansão da LDC-SEV é agressivo".

A Santelisa Vale tem cinco usinas no Estado de São Paulo, com uma capacidade anual de moagem de cana de cerca de 20 milhões de t. Essa é praticamente a mesma capacidade da LDC, que tem oito usinas de etanol e açúcar no Brasil.

Outras acionistas da Santelisa incluem o Goldman Sachs e o braço de investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Um acordo para troca de controle foi assinado entre o grupo francês e os maiores acionistas da Santelisa, as famílias Biagi e Junqueira, em abril.