Revista Viva a Saúde | 24 de outubro de 2009 - 09:00

Atividade física e alimentação ajudam a aliviar sintomas da menopausa

A transição da fase reprodutiva da mulher para a não reprodutiva é marcada pela menopausa. A última menstruação, gerada pela redução do estrogênio e da progesterona, ocorre por volta dos 50 anos de idade e a partir daí, a mulher deve se acostumar com a irregularidade menstrual, calor e transpiração excessivos, irritação e alterações no humor. Até que a menstruação cesse definitivamente esses sintomas se tornam um verdadeiro tormento e em alguns casos podem levar a sintomas psicológicos. "Em sociedades como a nossa, em que a juventude e a fertilidade são excessivamente valorizadas, a mulher passa a se sentir vazia e improdutiva com a chegada dos sintomas. Por isso, a menopausa passa a representar o medo de envelhecer e a sensação de inutilidade", esclarece Maria Helena Bastos, ginecologista e obstetra que desenvolve um trabalho de saúde integral, priorizando o tratamento alternativo para a saúde da mulher no estado da Bahia.

Para Maria Helena a menopausa é apenas a definição de um período da vida da mulher e não um compromisso com a doença ou com o sofrimento. Por este motivo, não deve ser tratada como tal. "A falta de informação causa muita insegurança e confusão. Porém, se a mulher compreender o sentido dessa passagem, estará mais preparada e confiante para escolher os recursos disponíveis e tornar este período o mais suave possível", orienta a especialista.

Os desconfortos são causados pelos esforços que o organismo faz para se adaptar às oscilações dos níveis hormonais que, muitas vezes, são fortemente acentuados por nosso estilo de vida e pelo que comemos, ou que deixamos de comer. "Uma dieta balanceada, aliada a prática regular de exercícios, evita não apenas o ganho de peso como também ameniza os sintomas", recomenda César Eduardo Fernandes, ginecologista e professor da Faculdade de Medicina do ABC e presidente do conselho científico da Associação Brasileira do Climatério (SOBRAC).

Fernandes frisa que o acompanhamento médico nessa fase é indispensável. "Um especialista pode oferecer todo o apoio e suporte que a paciente necessita e recomendar medidas preventivas a maioria dos sintomas da menopausa", completa.

O meio mais utilizado hoje para o alívio dos sintomas da menopausa é a terapia de reposição hormonal (TRH) por meio de medicamentos, mas César Fernandes faz questão de lembrar que isso só deve ser feito individualmente sob prescrição e observação médica, já que esse tipo de terapia pode causar efeitos colaterais e é contraindicada em casos trombose, câncer de mama e do endométrio, hepatite e outros. "Se o tratamento for seguido de maneira responsável, os benefícios vão além do alívio dos sintomas, a paciente ganha em qualidade de vida. Alguns medicamentos ainda proporcionam proteção contra a perda de colágeno da pele e conservam a massa óssea com consequente redução no risco de fraturas por osteoporose, que são comuns nessa fase", conclui.

Para as mulheres que não desejam ou não podem se submeter a uma reposição hormonal, a ginecologista Maria Helena Bastos indica atividades físicas e uma dieta rica em frutas e legumes, além de um tratamento dietético a base de soja. "A soja é rica em fitoestrogênios, substância com ação igual ao estrogênio. Uma xícara de feijão de soja fornece aproximadamente 300mg da substância", recomenda.