Folha Online | 22 de outubro de 2009 - 13:25

Governadores resistem a parceria entre PT e PMDB para 2010

Um dia depois de anunciado acordo entre PT e PMDB para a disputa à Presidência, ao menos 3 governadores dos 14 Estados sob o comando de alguma das duas siglas disseram achar difícil a repetição da parceria em âmbito regional.

No Paraná, o peemedebista Roberto Requião afirmou que não reconhece o compromisso.

O petista Jaques Wagner, da Bahia, disse que uma aliança não deve ocorrer em seu Estado. Em Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB) rechaçou qualquer hipótese de acordo, enquanto seu colega de sigla André Puccinelli, de Mato Grosso do Sul, reafirmou sua posição de "monogâmico".

Requião afirmou que um partido "fala pela sua convenção nacional". "O que houve ontem [anteontem] em Brasília foi um entendimento pessoal, entre dirigentes. Acordos, só se forem em cima de plano de governo, de propostas, de ideias", disse, por meio de sua assessoria. "Do contrário é acerto, troca de favores futuros." No Estado, o PMDB deve ter candidato próprio, enquanto o PT ainda não se decidiu.

Wagner, que enquanto ministro das Relações Institucionais, até 2006, ajudou a costurar o acordo, disse que sempre defendeu a aliança, embora não considere a hipótese viável hoje em seu Estado, a Bahia.

O petista deve ter o ministro peemedebista Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) como adversário. "Não me sinto responsável pelo rompimento. Foi uma decisão do PMDB."

Ele afirmou ainda que não se preocupa com a formação no Estado de um segundo palanque para Dilma, escolhida pelo presidente Lula à sucessão.

Na Bahia, o racha entre os partidos foi formalizado em agosto, quando o PMDB deixou a base aliada do governo.

Luiz Henrique disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não há chance de acordo em seu Estado depois de o PT ter feito oposição na Assembleia. A senadora Ideli Salvatti, por enquanto, é o principal nome petista.

"Tenho boa relação com o Michel Temer [presidente do partido], mas acho até que ele já não conta com essa aliança aqui", afirmou.

Puccinelli, também por meio da assessoria, disse que reafirma o que disse à Folha no início do mês, quando se declarou "monogâmico", mas aceitaria um palanque único em favor da ministra Dilma Rousseff.

O peemedebista se referia à possibilidade de "compartilhar" o apoio da candidata com o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, que pretende disputar o governo pela sigla em 2010.