Ao menos 90 índios terena de Mato Grosso do Sul que viajaram ontem para São Paulo ameaçam trancar a avenida Paulista, principal via financeira do País caso não consigam uma audiência com a presidente do TRF-3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, Marli Ferreira. Eles habitam aldeias situadas aos arredores de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, a uns 100 quilômetros de Campo Grande. Desde sábado estes terena ocupam uma fazenda tida por pesquisa produzida pela Funai como terra indígena.

Por conta da ocupação, anteontem houve confronto com policiais militares e um índio ficou ferido. O grupo que foi a São Paulo reclama da morosidade no julgamento de uma ação que tramita no TRF-3 e que trata de uma disputa com fazendeiros por uma área de 17 mil hectares.

Ruralistas da região também produziram uma pesquisa cujo resultado contesta o estudo da Funai que identificou o local como dos índios. Daí, a briga judicial.

O levantamento da Funai ficou pronto em 2006, ano que a Justiça Federal deu ganho de causa aos índios e depois concordou com o recurso dos fazendeiros.

O protesto

Alessandra de Souza

O administrador da Funai em Campo Grande, Joazinho Silva e o ex-chefe do órgão, Jorge Lili, estão no prédio do TRF e disseram que aguardam a presença da presidente.

Um ônibus com o grupo de terena está estacionado a duas quadras da Corte. “Queremos ser atendidos, mas se isto não acontecer os índios estão prontos para fechar a avenida [Paulista] e sair da lá só quando nos atender”. Os manifestantes prometem questionar a lentidão do processo.