Conjuntura | 21 de outubro de 2009 - 13:11

Delcídio diz que debate do pré-sal não pode ser ideológico

O vice-presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Delcídio do Amaral, (PT/MS) alertou nesta terça-feira, 20 de outubro, que os debates em torno do modelo de exploração do petróleo do pré-sal não podem ser discutidos ideologicamente.

“Temos que nos concentrar na operação dos campos, na qualificação dos dirigentes da Petro-Sal e na capitalização, através do FGTS dos trabalhadores. Tivemos um modelo bem sucedido no Brasil, o de concessões, que desenvolveu a indústria, fortaleceu a Petrobras, trouxe outras empresas de petróleo para o país e hoje apresenta números muito favoráveis.

O setor responde hoje por 11% da arrecadação de tributos e tem uma significativa participação no PIB”, lembrou o senador, durante reunião da CAE, em Brasília.

Delcídio considera um grande desafio para a exploração do pré-sal a qualificação de mão-de-obra, citando como exemplo as ações que a Petrobras desenvolve através do Plano Nacional de Qualificação Profissional - Prominp, em parceria com a indústria e as universidades.

“Na construção de uma sonda, por exemplo, emprega-se cerca de 5 mil pessoas altamente qualificadas. Esse é um setor que exige aperfeiçoamento constante”, advertiu o senador, que é engenheiro de formação e ocupou postos de direção em empresas de petróleo e mineração.

Ao considerar a fundamentação do modelo de partilha, que visa o maior controle das reservas, Delcídio refuta a idéia de que o modelo de partilha não trará investidores ao país.

“Hoje, todas as grandes empresas de petróleo do mundo estão acostumadas com o modelo de partilha, que pode inclusive coexistir com o modelo de concessão”, esclareceu.

Delcídio criticou a ausência de critérios para a definição dos dirigentes da Petro-Sal, e abordou a questão da Petrobras ser operadora única.

“A Petrobras não pode atuar como operadora única nos 107 mil km² do pré-sal e do pós-sal", afirmou o senador, sugerindo que a Petrobras opere somente os campos estratégicos.

Delcídio Amaral pediu a reflexão dos senadores sobre qualquer medida que venha impedir a capitalização da Petrobras através do fundo de garantia dos trabalhadores que tenham interesse em participar como acionistas da companhia.