G1 | 21 de outubro de 2009 - 05:45 FRAUDE

PRF encontra provas do Enade em caminhonete no Rio de Janeiro

Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) encontraram nesta terça-feira (20) em Três Rios, no Sul Fluminense, 52 caixas com provas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). O exame será aplicado no dia 8 de novembro.

As caixas estavam dentro de uma caminhonete modelo F250, e estavam sendo transportadas de São Paulo para Muriaé, em Minas Gerais, por dois homens.

De acordo com o posto da PRF de Três Rios, o material estava sendo transportado sem lacre de segurança. A nota fiscal não confere com o conteúdo das caixas -  a nota diz que seriam folhas de respostas, mas, segundo a polícia, são cadernos de provas de diversas áreas como direito, comunicação e turismo.

A PRF ainda informou que, após contato com o Ministério Público de Petrópolis, a orientação foi fazer o registro em termo, fotografar e catalogar todo o material encontrado para ser averiguado pelo MP junto ao Ministério da Educação.

Ainda de acordo com a PRF, as provas encontradas não foram apreendidas, e serão transportadas para Muriaé assim que forem liberadas pelo MP.

MEC

O Ministério da Educação (MEC) desmentiu as informações da Polícia Rodoviária Federal. Segundo a assessoria de imprensa da pasta, os dois homens que faziam o transporte das provas são funcionários contratados pelo consórcio Consulplan, responsável pela aplicação do Enade. O MEC informou, por volta das 19h, que havia 32 caixas na caminhonete e não cinco, como dito anteriormente. 

Segundo o MEC, a Consulplan informou que os lacres das caixas foram rompidos pelos policiais, que queriam averiguar o que havia no seu interior. Em seguida, foram até o local outros funcionários do consórcio, que relacraram as caixas.

A assessoria negou que houvesse diferença entre o que consta na nota fiscal e o material transportado. "Nas notas ficais só devem aparecer material gráfico, sem especificar se é cartão de resposta ou prova", afirmou ao G1 Nunzio Briguglio Filho, assessor de imprensa do MEC.

"Não houve nenhuma violação de segurança. Os procedimentos todos foram respeitados e a data da prova está mantida", disse.

Leia a íntegra da nota do MEC:

"Com relação a apreensão de material do ENADE realizado pela Polícia Rodoviária Federal na tarde de hoje, no Estado do Rio, o Ministério da Educação informa que tratava-se de transporte de provas especiais para pessoas com deficiência, que estavam sendo deslocadas para receberem o empacotamento final. As 32 caixas - quatro com a prova ampliada, todas lacradas e outras 28 caixas de folhas de respostas, também lacradas - foram abertas pelos policiais para confirmação do conteúdo. Tão logo esclarecida a ocorrência, as caixas foram novamente lacradas e dirigidas ao seu destino. O consórcio Consulplan, contratado pelo INEP, para a produção e aplicação da prova, informou ainda que os funcionários que estavam na caminhonete eram funcionários do consórcio, credenciados para este fim.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Educação"

Leia a íntegra da nota do consórcio Consulplan:

"NOTA DE ESCLARECIMENTO

O fato ocorrido nessa tarde de 20 de outubro no posto da Polícia Rodoviária Federal de Três Rios (RJ) trata-se de um procedimento de rotina. Um veículo de propriedade da Consulplan (empresa organizadora do ENADE - Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), onde se encontravam dois funcionários dessa empresa, transportava de São Paulo para a sede da empresa, em Minas, folhas de respostas e duas caixas de provas ampliadas para os alunos com necessidades especiais, do processo seletivo do ENADE 2009. Os cadernos de provas ampliados estavam devidamente acondicionados em caixas, e seguiam junto com diversas outras caixas contendo folhas de respostas que não eram de cunho sigiloso. A Polícia Rodoviária Federal parou o veículo na rodovia BR-116 realizando as rotinas de praxes de fiscalização no interior do veículo. Questionou os funcionários da empresa que declararam o conteúdo e após a verificação de praxe, liberou o veículo para a seqüência da viagem até a sede da organizadora. Nesse procedimento não houve violação do sigilo."