Folha Online | 20 de outubro de 2009 - 17:00

Dólar fecha a R$ 1,74; Bovespa reduz ritmo de queda

O nervosismo do mercado com a taxação da entrada de capital estrangeiro empurrou o dólar para uma forte alta em seu terceiro dia de apreciação, numa semana em que os preços quase caíram abaixo de R$ 1,70. A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) prossegue em baixa, mas em ritmo mais moderado, seguindo de perto o desempenho também negativo de Bolsas americanas e europeias.

Nas últimas operações desta terça-feira, o dólar comercial foi negociado por R$ 1,745 para venda, em alta de 1,86%. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,766 e R$ 1,733. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi vendido por R$ 1,860, avanço de 2,19%.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) já restringiu o ritmo de queda e perde 2,91%, aos 65.283 pontos. O giro financeiro é de R$ 7,43 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York cai 0,61%.

Ontem à noite, o governo anunciou medida, com validade a partir de hoje, para taxar em 2% a entrada de capital estrangeiro dirigido para ações e mercado de renda fixa. A valorização do real frente ao dólar, além de seguir a tendência internacional, também é justificada pelo ingresso constante de recursos externos. Somente na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) já migraram mais de R$ 20 bilhões desde o início do ano (entre vendas e compras de ações).

Para profissionais de corretoras, o mercado teve uma reação exagerada a uma medida de impacto mais limitado. "Na verdade, essa medida é um pouco como jogar água fria na fervura --algo que não vai resolver nada", sintetiza Paulo Prestes, da mesa de operações da corretora gaúcha Exim. O profissional avalia que as três variáveis que o investidor estrangeiro leva em conta ao migrar seus recursos: o risco cambial, a taxa de juros brasileira e o "spread" bancário, já compensam o novo tributo. "O preço subiu demais hoje. Duvido que amanhã permaneça essa taxa [R$ 1,75]", avalia.

Para economistas, o desempenho da economia brasileira, com seus três selos de "grau de investimento", deve continuar atraindo investidores estrangeiros, valorizando o real frente à moeda americana.