Mídia Max | 20 de outubro de 2009 - 07:46

Reunião entre índios e Famasul não resolve impasse em Sidrolândia

Depois de quase 4 horas de reunião, índios da etnia terena e diretores da Famasul (Federal de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) não chegaram a um acordo imediato sobre o impasse que cerca as fazendas 3R e Cambará, no município de Sidrolândia, a 60 quilômetros da Capital.

Segundo o presidente da entidade, Ademar da Silva Junior, caso os indígenas decidam sair das propriedades nesta terça-feira, uma comissão será formada para tentar acelerar o processo na no TRF 3ª Região (Tribunal Regional Federal), em São Paulo. “Se eles saírem das propriedades uma comissão conjunta entre índios e proprietários rurais será formada com apoio da Famasul para tentarmos agilizar o processo em São Paulo”, afirmou Ademar.

Porém, o líder o cacique Antônio Aparecido, afirmou que a decisão de permanecer ou nas fazendas será dos 370 indígenas que estão no local. “ Vamos nos reunir amanhã com todo mundo que está na fazenda e tomaremos uma decisão de sair ou não”, afirmou.

O presidente da Famasul afirmou, ao final da reunião com os indígenas, que se caso os indígenas não desocupem das duas propriedades, os fazendeiros, com apoio da entidade, entrarão com pedido de reintegração e posse da área.

A reunião desta segunda-feira aconteceu depois que 70 índios com rostos pintados, cocares e lanças invadiram a sede da Famasul, em Campo Grande. A presença indígena na casa ruralista foi uma surpresa e chamou a atenção dos funcionários que saíram de suas salas para verem a movimentação.

Índios foram até a Famasul, onde discutiram problema fundiário na região de Sidrolândia

Desde sábado os indígenas ocupam as duas fazendas, em Sidrolândia. A reivindicação dos indígenas é que o processo referente a área chamada Aldeia Buriti corresponde a 14 fazendas, o equivalente a 17.200 hectares, seja resolvido o quanto antes. A disputa entre eles e os fazendeiros já está correndo na justiça há 9 anos.

O processo está parado no TRF 3ª Região (Tribunal Regional Federal), em São Paulo, desde 2006. A área foi demarcada, mas os produtores acionaram a Justiça e conseguiram o embargo demarcatório.