Dourados Informa | 14 de outubro de 2009 - 08:49

Justiça determina saída dos índios da BR-163 em Rio Brilhante

A Justiça Federal de Dourados determinou a saída dos 143 índios da etnia guarani da beira da rodovia BR-163, em Rio Brilhante, região Sul do Estado. O prazo dado é até a próxima sexta-feira (16). Eles estão acampados em barracas de lona desde o dia 10 de setembro e não têm para onde ir, segundo um dos líderes, Daniel Aquino de Souza.

“Vamos ter que sair de lá até sexta-feira, mas vamos para onde? A Funai ainda não sabe dessa liminar. Não fizeram ainda o estudo antropológico da área e por isso a gente saiu da fazenda. Agora, resistimos o que pudemos e vamos fazer um pé de guerra porque dali da rodovia a gente não sai”.

Entre os 143 índios em barracas à beira da rodovia federal há pelo menos 30 crianças na faixa etária de 0 até 5 anos.

Ocorre que no ano passado os guaranis deixaram uma área em Douradina após desentendimento entre caciques. Uma parte migrou para Rio Brilhante e lá ocuparam a fazenda de 436 hectares dos sete irmãos do fazendeiro, Mário Cerveira. Segundo ele, a família é dona da fazenda há 50 anos. Com a chegada dos índios não houve animosidade ou violência, mas teve inicio a briga judicial que culminou no despejo dos guarani.

Os indígenas deram o nome da área de Ñaderu Laranjeira. Eles saíram do local e montaram o acampamento à beira da rodovia. A Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul) teria acionado a Justiça para que os indios deixassem a margem da BR-163, segundo informações preliminares apuradas pelo Midiamax. A Justiça Federal atendeu o pedido.

Na véspera de dois outros despejos, dois suicídios ocorreram no local e mais uma vez a situação é de tensão no local já que a PF (Polícia Federal) deverá ir até a área acompanhado pela Funai (Fundação Nacional do Índio).