Veja os dez produtos que mais subiram neste ano, segundo o IBGE
Desde o início do ano, os gastos dos brasileiros subiram 3,21% – essa é a variação acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O indicador, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é considerado a “inflação oficial” do país, porque é usado pelo governo para calcular a meta de inflação.
Alguns itens, no entanto, subiram muito mais do que essa variação. É o caso da manga: a fruta, campeã de alta entre janeiro e setembro, já ficou 66,98% mais cara. Dos dez itens que mais subiram este ano, aliás, nove são alimentos, segundo o IBGE. O único “intruso” nessa lista é o cigarro, cuja alta, de 27%, veio na esteira da elevação de impostos sobre produto, decidida pelo governo em abril.
Fonte: IBGE
Segundo Eulina Nunes, coordenadora do índice de preços do IBGE, a grande variação dos preços dos produtos alimentícios é explicada, em grande parte, pela sazonalidade desses itens, que estão em entressafra. “Esses produtos têm grandes chances de não fechar o ano assim, porque por acaso nesse período (avaliado) estão em alta”, explica.
Ela aponta, no entanto, que o açúcar é uma exceção: “O açúcar é um problema do mercado internacional. Houve quebra de produção na Índia, e o Brasil está abastecendo grande parte do mundo."
Eulina destaca ainda que a grande maioria desses produtos não é relevante em termos de despesa, ou seja, têm pouco peso na formação do IPCA. “São produtos que você não gasta nada com eles. Se você gasta R$ 500 com colégio, e aumenta 100%, você vai passar a gastar R$ 1 mil. Mas se o mamão subir 100%, ele vai passar de R$ 0,50 para R$ 1. Ele não tem importância no orçamento das famílias. Por isso que quando se faz a lista da maior para a menor [variação de preço], são os produtos sazonais que aparecem no topo”, explica.
Por conta disso, itens com altas menores têm, muitas vezes, impacto maior sobre a inflação, como mostra a tabela abaixo:
Fonte: IBGE