G1 | 10 de outubro de 2009 - 10:11

Brasil consolida liderança e quer fortalecer influência mundial

O Brasil consolidou sua liderança na América Latina e aspira nos próximos anos fortalecer sua influência política, econômica e de segurança mundial, afirmaram hoje em um fórum em Miami vários dos participantes.

Nesse contexto, a política externa brasileira baseou sua estratégia em negociações globais e no estabelecimento de políticas de integração regional e de troca comercial, sustentou Amaury de Souza, diretor da empresa de consultoria MCM Associated Consultants.

"Enquanto os Estados Unidos mostra uma queda no desenvolvimento de seu comércio mundial, o Brasil está em pleno crescimento", destacou Souza no fórum "A política externa brasileira e as relações entre Brasil e os EUA: continuidade ou mudança?", organizado pelo Centro de Políticas Hemisféricas da Universidade de Miami.

Com relação à influência política do Brasil na América Latina, Antonio Patriota, embaixador brasileiro em Washington, assegurou que seu país mantém uma relação respeitosa com as nações vizinhas.

Segundo expressou, "não há outra região no mundo no qual haja um diálogo tão fluído entre os líderes de cada país, com ligações telefônicas entre seus líderes, os quais foram escolhidos democraticamente".

Patriota referiu-se à crise interna que persiste em Honduras e a situação do presidente deposto hondurenho Manuel Zelaya, que desde 21 de setembro está na sede diplomática brasileira em Tegucigalpa.

O embaixador ressaltou a importância para o Brasil da escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, os primeiros na América do Sul.

Albert Fishlow, professor emérito de Relações Internacionais da Universidade de Colúmbia, explicou que as relações entre Brasil e os Estados Unidos estão marcadas por três períodos-chaves.

A primeira de forma muito centralizada entre o Departamento de Estado dos EUA e o Itamaraty; a segunda, data dos últimos 20 anos e deu passagem a uma maior participação de outras agências governamentais para abordar assuntos relativos ao âmbito militar.

De acordo com o especialista, a terceira etapa é a atual, com as relações nas quais se colocará em evidência o auge do Brasil como potência produtora de fontes de energia como o etanol e o petróleo.

Nesse sentido, precisou que os Estados Unidos são um mercado-chave para os combustíveis brasileiros.

Destacou que a China se transformou em um dos principais parceiros do Brasil, com uma grande exportação de produtos brasileiros para o país asiático e uma importante quantidade de manufatura chinesa no mercado do Brasil.

O especialista ressaltou que o Brasil procura potencializar sua presença no palco mundial mediante sua inclusão como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"O Brasil aspira desempenhar um papel de protagonista do mundo atingido pela insurgência talibã e na qual ocorrem as negociações de paz", manifestou.

Quanto às relações comerciais do Brasil com os países latino-americanos, Fishlow indicou que a política de Fernando Henrique Cardoso quando era presidente do Brasil respeito aos tratados de livre-comércio com as Américas, segundo sua opinião equivocada, levou ao Brasil a traçar com maior clareza as negociações com outros países do mundo. EFE