9 de novembro de 2004 - 15:37

Yasser Arafat teve hemorragia cerebral, afirma assessor

Um assessor graduado da Autoridade Nacional Palestina na cidade de Ramalá, na Cisjordânia, disse que o líder palestino Yasser Arafat sofreu uma hemorragia cerebral. O assessor, Tayeb Abdel Rahim, indicou também que o enterro de Arafat deverá ser em Ramalá, onde fica a sede da Autoridade Palestina.

"Se acontecer o pior, todos os preparativos serão tomados a partir do QG de Arafat", disse o assessor Tayeb Abdel Rahim, que é secretário-geral da Presidência palestina.

A entrevista coletiva em que foi anunciada a hemorragia aconteceu no principal salão de conferências do QG de Arafat em Ramalá, onde continuam incessantes reuniões de lideranças da Autoridade Palestina. Essas lideranças devem se encontrar com várias facções palestinas ainda nesta terça-feira para discutir a sucessão do líder palestino.

ANP diz não ter motivo para negar morte de Arafat
O ministro do Exterior palestino, Nabil Shaat, afirmou hoje que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) não tem motivos para esconder a morte de seu presidente, Yasser Arafat. "Quando, infelizmente, Arafat morrer, o porta-voz fará este anúncio imediatamente", disse em uma entrevista coletiva em Paris.

O ministro disse que a ANP está funcionando apesar do afastamento de Arafat. Ele nega, assim, que o falecimento do velho líder esteja sendo escondido para evitar uma disputa de poder entre as facções palestinas.

Shaat disse ainda que o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat, está em condições críticas, "mas seu coração, seu cérebro e seus pulmões ainda funcionam". "Não temos razão para precipitar sua morte", disse.

Shaat, que faz parte da delegação palestina que visita Arafat, internado desde a última semana em um hospital militar francês, afirmou que os médicos não sabem que doença acomete o líder palestino. "Só sabemos o que não é: não é câncer e não é envenenamento", informou.

Nabil Shaat também negou que a família ou a ANP estejam cogitando a possibilidade de eutanásia. Ele disse que Arafat "morrerá ou viverá" em função de sua capacidade de resistir e da vontade divina.

De acordo com Shaat, esta prática é condenada pelos muçulmanos e só é proposta em casos em que o paciente está sofrendo. "E Arafat não está sofrendo e esta possibilidade não foi analisada nem pelos médicos nem pela família".

 

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