Agrolink | 9 de outubro de 2009 - 05:49 AGRICULTURA

Baixa do dólar prejudica exportadores brasileiros de grãos

Os agricultores brasileiros estão sofrendo com a baixa do dólar e a queda no preço dos grãos, de acordo com o ministro da Agricultura Reinhold Stephanes.

Além de receberem menos pelos grãos exportados, os produtores têm enfrentado queda no preço das vendas no país.

Em setembro, o dólar caiu 6,24% em relação ao real e fechou o mês valendo R$ 1,77. No começo de outubro, a moeda americana recuou mais um pouco e é negociada em torno de R$ 1,76 nessa quarta-feira (7).

Muitos exportadores têm substituído a cultura do milho pela soja para tentar reduzir o prejuízo, pois o grão tem melhor preço e vende mais lá fora.

O ministro diz que ainda é cedo para estimar se a dificuldade dos produtores vai se traduzir em maior gasto para o consumidor e espera discutir alternativas para o setor com a equipe econômica. 

Há certa preocupação e incerteza em relação ao mercado. A questão cambial para a agricultura, que é grande exportadora, está muito ruim. A compensação, um aumento do preço com a baixa do dólar, não está acontecendo.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) conta com a estabilidade das chuvas para registrar safra recorde em 2010.

Mas alguns produtos como a cana-de-açucar e trigo tiveram queda de 15% na produção e na qualidade, segundo o ministro.

O milho, grande dor de cabeça dos agricultores, teve redução de 13% na colheita. Isto porque os produtores registram prejuízo e temem investir no plantio de milho.

O Brasil ainda tem estoque do grão, mas se o governo não acenar com política de incentivo ao plantio de milho os estoques correm risco. O efeito cascata da falta de milho seria o aumento do preço da carne de porco.

De acordo com o ministério, ainda é cedo para prever se o preço do arroz vai subir e do feijão diminuir como consequencia do plantio. Mas a soja e seus derivados, como leite, sucos, devem ter queda. O grão é a estrela dessa colheita.

Grandes produtores como o Brasil, Estados Unidos e Argentina terão grande produção este ano.