G1 | 8 de outubro de 2009 - 07:44 BRASIL

Pequenas empresas lideram lista de falências no país

Setembro foi um mês ruim para quem tentou a vida tocando a própria empresa. Foi o período de 2009 com o maior número de falências. No mês passado, as falências bateram o recorde do ano. E 96% delas eram de pequenos negócios. Um percentual alto, ainda mais quando se olha a importância desse segmento na economia.   

Os especialistas identificam como principal causa da falência de pequenas empresas a falta de planejamento e experiência de gestão.

Microempresas empregam quase 60% dos trabalhadores brasileiros. Mas apesar do avanço nos últimos anos, a proporção de empresas que fecham as portas ainda é muito alta: no primeiro ano, 27%.

De acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), quase 30% delas quebram no primeiro ano de atividades. 

A empresária Joyce Venâncio admite: o primeiro negócio que abriu foi um fracasso. “Não foi feito pesquisa de mercado. Nós não olhamos o local que estava sendo aberto esse café, ou seja, o bairro. Em resumo, eu montei um negócio para mim”. 

Com a loja de bonecas, aberta há dez anos, foi diferente. Negras, asiáticas, cadeirantes, elas são produtos inspirados na infância e na capacitação de Joyce. “O negócio é pesquisar, inovar, ter um foco certo, um direcionamento, de que como fazer o seu negócio se ampliar. Ouvir, ousar bastante, estar sempre estudando”.

Disposição para trabalhar e algum dinheiro para investir em produtos e em um cenário caprichado. Só depois que a loja fica pronta é que muitos micro e pequenos empresários descobrem que não conheciam bem o mercado em que iriam atuar. Resolveram se arriscar sem saber que só uma boa idéia não garante o sucesso do negócio.

Um consultor do Sebrae afirma que não há mais espaço para o empreendedor que não se planeja. “Ele precisa ter um plano de negócio, se preparar, conhecer o mercado, conhecer o seu produto, saber quem vai ser o seu cliente. Todas as ferramentas de gestão e de comportamento que hoje o mercado exige que esse empreendedor detenha”, diz Ricardo Tortorella.