G1 | 6 de outubro de 2009 - 17:27

Dólar fecha em baixa e alcança nova mínima em mais de um ano

Uma nova rodada de ingressos de recursos no mercado doméstico amparou a terceira queda seguida do dólar frente ao real nesta terça-feira (6). O movimento foi ajudado também pelo recuo da moeda norte-americana no exterior.

No fechamento, o dólar cedeu 0,51% e fechou o dia valendo R$ 1,7520, alcançando nova mínima em 13 meses. No ano, a moeda perdeu 24,9%.

"O fluxo pela manhã estava bem mais positivo, o cenário como um todo estava melhor. O euro subiu forte mais cedo, reduzindo a alta perto do fim dos negócios. O real acompanhou esse movimento e perdeu um pouco de fôlego também", avaliou o gerente de câmbio do banco Prosper, Jorge Knauer, no Rio de Janeiro.

O fluxo positivo, segundo operadores, reverberou expectativas de investidores sobre uma série de operações no mercado de capitais que devem trazer mais dólares ao país. Só a oferta do Santander pode movimentar até R$ 15,6 bilhões, configurando-se como a maior operação do tipo neste ano.

Mercado externo
O recuo do dólar no cenário externo também apareceu como um componente favorával à baixa no mercado doméstico, com o maior apetite por risco por parte de investidores diante da notícia de que o banco central australiano elevou a taxa de juro local, fato visto como um sinal de que o pior da crise global já passou.

A expectativa de que os Estados Unidos manterão os juros baixos por mais tempo, devido à recuperação fraca da economia norte-americana, deixa os investidores com pouco entusiasmo para manter ativos denominados em dólares.

"Vai haver uma divergência entre o panorama dos juros nos Estados Unidos e em outras economias", disse Sophia Drossos, diretora de estratégia global em câmbio do Morgan Stanley, em Nova York. "Essa é a principal razão pela qual o dólar vai continuar na defensiva".

Com relação às perspectivas para o curto prazo, a equipe de analistas da corretora SulAmérica sugere que pode haver uma correção nas cotações, embora acredite "que os fundamentos econômicos ainda estão favoráveis à apreciação do real". 

Além disso, o dólar também foi pressionado por uma reportagem no jornal britânico The Independent, que afirma que países do Golfo estão em negociações secretas com Rússia, China, Japão e França para substituir o dólar por uma cesta de moedas na negociação de petróleo. A reportagem foi contestada por países com grande produção da matéria-prima.