8 de novembro de 2004 - 16:28

Dólar segue movimento global e fecha em alta, a R$2,836

O dólar encerrou em alta nesta segunda-feira, vendido a 2,836 reais, seguindo o comportamento no mercado internacional e em clima de cautela em relação a decisão do Federal Reserve nesta semana.

A divisa norte-americana subiu 0,53 por cento, acompanhando o movimento de alta no mercado externo após os comentários do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, de que os recentes movimentos no câmbio não são bem-vindos.

"A reunião do G10 é um fator de alta, com o Trichet dizendo que não quer movimentos bruscos no euro, ou seja, defendendo o dólar frente a outras moedas", afirmou Alexandre Vasarhelyi, responsável por câmbio do banco ING.

O presidente do BCE disse que a recente alta do euro frente ao dólar era "brutal". Logo após os comentários, o euro, que tinha alcançado novo recorde a 1,2985 dólar, recuou para 1,2920 dólar.

De acordo com Marco Antônio Azevedo, gerente de câmbio do banco Brascan, "as moedas do mundo inteiro estão se desvalorizando em relação ao dólar e o real acompanhou".

"Internamente tudo continua tranquilo, o mercado está acompanhando lá fora, qualquer mudança lá reflete aqui", acrescentou o gerente.

Entre os fatores internos positivos estão os dados da balança comercial, divulgados nesta manhã, que registrou superávit de 683 milhões de dólares na primeira semana de novembro.

Segundo alguns analistas, o tom de pessimismo também teria sido reflexo de relatório de um banco estrangeiro reduzindo a recomendação de compra dos títulos da dívida brasileira, o que enfraqueceu os papéis da dívida negociados no exterior.

Nesta tarde, o C-bond tinha baixa de 0,18 por cento e era cotado a 99,375 por cento do valor de face. O Global 40, título brasileiro considerado referência dos mercados emergentes, recuava 0,72 por cento, para 112 por cento do valor de face.

O risco-país, medido pelo banco JP Morgan, subia 5 pontos, para 460 pontos-básicos sobre os títulos do Tesouro norte-americano.

Vasarhelyi também destacou entre os motivos de nervosismo que pressionaram o câmbio o vencimento da dívida cambial na quarta-feira, de 656 milhões de dólares, que o Banco Central fará o resgate com base na Ptax (taxa média do dólar) da terça-feira, e a reunião do Federal Reserve sobre a taxa de juros dos Estados Unidos.

 

 

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