29 de outubro de 2004 - 10:51

Agricultura: aquisição de estoques excedentes será garantida

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, afirmou hoje que a ampliação do orçamento para o ano que vem em R$ 2 bilhões permitirá a garantia de aquisição dos estoques excedentes. Além disso, apontou que haverá melhores condições para o funcionamento do seguro rural.

Com esses dois instrumentos, Roberto Rodrigues acredita que será possível manter o equilibro da renda do produtor diante da baixa remuneração prevista no mercado. Ele voltou a afirmar que, com o aumento dos custos de produção e maior oferta de produtos em nível mundial, “estamos vivendo um ciclo negativo da agricultura no mundo”. Para o ministro “o Brasil está no meio desse furacão em que os preços estão caindo e os custos subindo e o que o governo pode fazer é sinalizar ao mercado o interesse em preservar a renda do produtor”.

O produtor brasileiro, segundo o ministro, é hoje um empresário do campo melhor preparado para lidar com as variações mercadológicas. Tanto que foi alterada a projeção que havia há três ou quatro meses atrás, de aumento da área plantada de 3 milhões de hectares para um milhão de hectares. “O produtor já pôs o pé no breque”, disse ele, fazendo uma alusão aos levantamentos que indicam queda no comércio de fertilizantes, máquinas agrícolas e outros ítens do setor.

Roberto Rodrigues deu essas declarações logo após abrir a 13ª Expomilk - Exposição Nacional da Pecuária Leiteira - que acontece paralelamente à Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite. O evento prosseguirá até o próximo sábado (30). Nesse período, os organizadores esperam atrair cerca de 20 mil visitantes e movimentar aproximadamente R$ 2 milhões, 53% a mais que no ano passado.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite, Jorge Rubez, destacou que o setor vive um bom momento, tendo conseguido reverter a condição de maior importador de lácteos do mundo, o que implicava em uma soma de US$ 500 milhões, para um movimento de exportação em US$ 100 milhões e importar apenas US$ 60 milhões.

“Esse ano estamos revertendo isso com a sinalização de futuro promissor nessa área”. Apesar disso, o empresário observou que “lá fora é uma guerra, pois tem que se vender o que o mercado quer e não o que se quer produzir” e citou alguns competidores como Nova Zelândia, Austrália e União Européia.
 
 
Agência Brasil