23 de outubro de 2004 - 07:56

Microempresários terão mais apoio para exportar

O secretário de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Ivan Ramalho, disse que os principais focos do governo no comércio exterior são a diversificação de mercados de destino, a ampliação de produtos na pauta exportadora e o aumento do número de exportadores. Segundo ele, as micro e pequenas empresas têm papel fundamental nesses objetivos, que, alcançados, gerarão mais emprego e renda e darão mais flexibilidade às contas externas do país.

- Só assim é possível aumentar as exportações - afirmou.

Ramalho disse que o potencial de crescimento do número de empresas desse segmento na exportação é "muito grande". Segundo ele, este ano a participação do número de micro e pequenos na base exportadora brasileira ficará acima dos 75% registrados até o fim de 2003. Ramalho disse que até setembro 1.200 empresas debutaram na exportação, sendo que as pequenas respondem pela maior parte delas.

O secretário afirmou ainda que existem quatro milhões de empresas registradas no país e que apenas 18 mil delas exportam, sendo oito mil do Estado de São Paulo. O secretário ressaltou a importância de se diminuir essa concentração, lembrando um programa lançado neste ano para estados que ainda exportam menos que US$ 100 milhões.

No caso do Distrito Federal, disse que o governo foi positivamente surpreendido pelo fato de 20 dos 50 produtos exportados serem novos na pauta.

Ramalho lembrou também que as grandes empresas, que vão continuar respondendo pelo crescimento das exportações em termos de volume, já estão no mercado.

Um ponto importante para a diversificação de mercados, segundo ele, são os acordos comerciais. Graças a isso, disse, as exportações para a Argentina passaram de US$ 1,6 bilhão em 2002, para US$ 5,3 bilhões em igual período deste ano.

Além disso, ele afirmou que com os acordos o Brasil conseguiu diminuir a dependência dos Estados Unidos, que adquire "apenas" 20,9% das vendas externas brasileiras. Junto com a União Européia, o percentual aumenta para 46%.

Um fator que o secretário considera como muito importante é o crescimento das exportações de manufaturados, cujo preço é mais estável no mercado internacional. Ramalho acredita que a instabilidade de preços de produtos como o minério de ferro, da qual o Brasil se beneficiou, vai acabar um dia e que éimportante estar prevenido. Hoje, os manufaturados já respondem por 53% dos itens exportados.
 
 
Globo Online