22 de outubro de 2004 - 17:05

Preço do suíno recua 6,3% desde início do embargo russo

O preço do suíno vivo para o produtor integrado aos frigoríficos caiu 6,4% desde 20 de setembro, quando o governo russo impôs um embargo às carnes importadas do Brasil, afirmou nesta sexta-feira (22-10) uma fonte do setor produtor. O quilo do suíno vivo passou de R$ 2,35 para R$ 2,20 em Santa Catarina nos últimos trinta dias. Cerca de 45% da produção nacional de suínos está no oeste do Estado, o que faz o preço da região ser referência nacional.

"Estamos preocupados porque o produtor já teve uma redução na remuneração do suíno, e o primeiro reflexo (do embargo), quem está sofrendo é o produtor", afirmou à Reuters o presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Neivor Canton.

O Estado foi responsável por 37% das exportações brasileiras de carne suína em 2003, ou 181,717 mil toneladas, segundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). A Cooperativa Central Oeste Catarinense (Coopercentral) abate mensalmente cerca de 200 mil suínos. Segundo Canton, 25% da produção da cooperativa está parada à espera de uma decisão quanto à retomada das exportações para a Rússia.

Com isso, frigoríficos estão tendo de estocar o volume destinado aos russos, já que o mercado brasileiro não é capaz de absorver toda a produção, apesar da proximidade das festividades de fim de ano, quando o consumo por carne suína naturalmente aumenta. "O mercado interno não está tão promissor, o volume que se exporta é muito significativo", disse ele.

De janeiro a agosto deste ano, 61% das exportações brasileiras de carne suína foram para a Rússia. "Produtores e a agroindústria precisam diversificar o mercado externo". Mas Canton acredita que o embargo será resolvido no curto prazo. "Acredito que seja em uns 30 dias. Sabe-se que a Rússia necessita ser abastecida, e o mercado mundial não acena substituir a produção do Brasil".

O embargo da Rússia foi motivado, segundo o governo do país, pelo caso de febre aftosa identificado numa localidade do Amazonas no começo de setembro. A área é considerada de risco para a doença e, portanto, não exporta carne.
 
 
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