Lula quer inteligência no combate ao narcotráfico
"Combater o narcotráfico não é combater com a polícia que foi preparada historicamente para enfrentar ladrão de galinha. É para investir na inteligência. O crime organizado é uma indústria multinacioanl muito rentável. Ele tem seu braço no judiciário, seu braço empresarial, se braço político, tem braço em muitos lugares que a gente pensa que só tem gente boa", declarou.
Economia
O presidente destacou que, apesar de ser um ano eleitoral, as decisões do governo não levam em conta as eleições. "Se o governo FHC tivesse mudado a política cambial em 1998 e aumentado a taxa de juros, que estava em 15% em 2002, não era preciso elevar os juros hoje", afirmou.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou ontem a elevação da taxa básica de juros de 16,25% para 16,75% ao ano. Lula também lembrou a decisão de elevar este ano a meta de superávit primário do governo para 4,5% do Produto Interno Bruto.
O presidente falou ainda sobre a participação dos empresários no debate sobre políticas de desenvolvimento. "Criamos um Conselho de Desenvolvimento com a participação de 11 ministros e de 11 representantes da sociedade, dos quais oito são representantes dos empresários. Além disso, o ministro Antônio Palocci apresentou 21 medidas que foram sugestões desse Conselho para que se pudesse fazer redução de terminados tributos", afirmou. Lula comemorou ainda a geração de mais de 1,6 milhão de empregos na construção civil desde o começo do ano.
Reforma da Previdência e PPP
Lula criticou o Congresso Nacional por demorar para aprovar a reforma da Previdência no ano passado. "Não há país do mundo em que não houve problemas com essa reforma. A expectativa de vida do brasileiro aumentou. A mudança tem que se pensada para o futuro e não para aqueles que estão vivendo hoje."
O presidente voltou a defender hoje aprovação do projeto de lei que institui as Parcerias Público-Privadas (PPPs). "Esse é um projeto em que ouvimos 12 mil representantes da sociedade civil. Não sei qual o problema para aprová-lo no Congresso. Enquanto isso, estamos jogando no ralo essa parceria tão importante", afirmou.
O projeto de lei das PPPs está em análise na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e precisa ainda do aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ser votado em plenário na Câmara dos Deputados. Segundo o presidente, o projeto é importante para promover o desenvolvimento a longo prazo do País. "Queremos plantar algo que dure 20 anos e não um vôo de galinha".
O presidente defendeu ainda que todos os projetos no Congresso devam ser debatidos com a população. "É preciso muita discussão para tornar os projetos possíveis de serem executados. Lamentavelmente, estamos retardando esse processo. O pensamento ideológico tem que acabar. O povo brasileiro quer sentir em que está sendo beneficiado", ressaltou.
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