21 de outubro de 2004 - 09:29

Ronaldinho tem apoio latino na eleição da Fifa

A teórica polarização entre o brasileiro Ronaldinho e o francês Thierry Henry, apontados na mídia como fortes candidatos ao prêmio da Fifa de melhor jogador do mundo, provocou a formação de lobbies na eleição.

Treinadores e capitães das 205 seleções nacionais filiadas à Fifa têm direito a voto, assim como as federações nacionais dos sindicatos de jogadores que integram a FifPro, representada por 42 países.

Num acordo costurado pelo Brasil, o bloco latino da FifPro, integrado também por Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Paraguai, Uruguai e México, não votou em Henry. O objetivo é favorecer o brasileiro do Barcelona.

Em razão disso, o acordo do G9 das Américas foi o de votar em Ronaldinho, Ronaldo e Adriano. Já o representante do Brasil na FifPro, que pelo critério da Fifa não pode votar em jogadores da seleção de seu país, apontou outros nomes:

"Votamos no Zidane e nos portugueses Deco e Cristiano Ronaldo", disse Alfredo Sampaio, vice-presidente da Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol).

Ele participou do congresso da FifPro, durante o qual foi realizada a votação, semana passada, em Johanesburgo, África do Sul.

Sob suspeita, Sampaio não vê problema no lobby latino, pois acredita que os europeus da FifPro também se articularam para privilegiar Henry. Sua preocupação é com uma eventual manipulação dos votos que serão encaminhados à Fifa.

"Achei estranho o processo de votação. Foi feito às pressas, no último dia do congresso. A Board (direção) da FifPro é formada por europeus e pode ter havido manipulação para beneficiar o francês . Vou solicitar a planilha da contagem final dos votos e se suspeitar de algo vou abrir a boca", disse Sampaio.

 

Terra Redação