20 de outubro de 2004 - 17:55

Começa plantio da soja; safra estimada em R$ 3 bilhões

As chuvas ajudaram e o plantio da soja em todo o Mato Grosso do Sul ganhou coro, devendo a chegar já este mês a 20% de uma área esperada de 1,9 milhão de hectares, negócio total de R$ 3 bilhões, aproximadamente. O grosso do plantio, diz o presidente da Aprossul (Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso do Sul), Carmélio Romano Roos, deve ocorrer em novembro.
A área a ser plantada é a maior de todos os tempos no Estado. Na safra anterior, foram 1,76 milhão de hectares, segundo o governo. Aliado a isso, as condições atuais apontam um "verão perfeito", conforme previsões do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), indicando menores perdas.
O plantio antecipado e dentro do período preconizado, a partir de 20 de outubro, já ocorre em Sidrolândia, Dourados, Ponta Porã, São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul, principalmente. Em Jaraguari, por exemplo, na fazenda Minuano, do presidente da Aprossul, o plantio começou nesta quarta-feira.
O supervisor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste, o engenheiro agrônomo Gessi Ceccon, explica que embora o rendimento da soja semeada em outubro seja inferior ao da semeada em novembro, o produtor antecipa a lavoura já pensando na safrinha de milho.
Isso porque o zoneamento agrícola recomenda o plantio do milho até o dia 10 de março e somente o que é plantando nesse período recebe financiamento, uma questão de segurança.
Outro ponto é que o produtor pode aproveitar os preços melhores do período de entressafra para antecipar a colheita e comercializar a produção. No caso do plantio antecipado, geralmente a semente usada é a de ciclo mais longo, que oferece riscos menores em função da possibilidade de estiagem.
A perspectiva de negócios que devem ser gerados leva em conta a média de produtividade, de 2,7 mil quilos por hectare (45 sacas de 60 quilos), e um preço estimado de R$ 35,00 a saca. Ross afirma que em relação aos preços não há um cenário muito otimista.
Por um lado, a grande produção norte-americana deixou os principais mercados consumidores bastante estocados, afetando as cotações. Por outro, a disparada do petróleo tem derrubado as aplicações na bolsa de Chicago, que opera com a soja, afetando os preços no mercado físico.
No que depender dos prognósticos meteorológicos, tudo deve correr bem no campo. Isso porque o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) prevê um verão típico, com chuvas, diferente do que ocorreu este ano. Na safra 2003/04, a estiagem foi a grande responsável pela perda de 1,5 milhão de toneladas de soja, 32% da produção.
O inconveniente que pode ocorrer no plantio, afirma Carmélio, fica por conta da falta de palhada, deixando a terra nua, em algumas lavouras, que pode favorecer a erosão, acirrar os efeitos no caso de chuvas com espaçamentos superiores a 15 dias e dificultar o controle de ervas daninhas.
 
 
Campo Grande News