20 de outubro de 2004 - 17:09

Semy pretende debater, na AL, abuso do poder econômico

"O abuso do poder econômico pôde ser constatado nas eleições municipais deste ano tanto em Mato Grosso do Sul como nos demais Estados brasileiros. Portanto, a reforma política precisa entrar urgentemente na pauta do Congresso Nacional”, afirmou o deputado estadual Semy Ferraz (PT). Ele disse que pretende batalhar pela união da classe política e da sociedade em um movimento para pressionar o Congresso a reformar o sistema político e impedir o abuso do poder econômico nas eleições. “Para abrir o debate contra essa situação insustentável e apresentar sugestões à reforma política, vou propor uma audiência pública na Assembléia Legislativa, em data a ser definida para breve”, afirmou.

Para o deputado, mais uma vez, ficou evidente nas eleições deste ano a influência do poderio financeiro de determinadas candidaturas no resultado das urnas. "Diversas formas de compra de voto foram constatadas, como pagamento de contas de luz e água de eleitores, doação de alimentos e até contratações de donos de bares e de cabeleireiros, formadores de opinião entre o eleitorado", exemplificou. Candidato à prefeitura de Paranaíba nas últimas eleições, ele disse ter sofrido diretamente o problema, sendo que chegou a denunciar à Justiça Eleitoral o abuso de poder econômico por parte do candidato eleito Manoel Ovídio (PL). Entretanto, o juiz da 13ª Zona Eleitoral entendeu que, apesar das provas, houve apenas "uso" e não "abuso" econômico.

O recurso contra a decisão, preparado pela assessoria jurídica de Semy ainda quando candidato, está tramitando no Tribunal Regional Eleitoral do Estado e, conforme o resultado, pode resultar na cassação de Ovídio. Para o deputado, é urgente a necessidade da Reforma Política, já que nem mesmo a Justiça Eleitoral dispõe de mecanismos para coibir a compra indiscriminada de votos, que acontece através de inúmeras formas de "driblar" a legislação. Exemplo claro disso, conforme ele, é a contratação de dezenas ou centenas de cabos eleitorais em véspera de eleição, fato que dificilmente pode ser impedido pela Justiça, pois ser entendido como contratação temporária de funcionários e não como compra de votos.

 

 

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