7 de julho de 2004 - 17:16

Associação estima 80 mil ha com transgênico

Para a próxima safra a previsão é que 10% da área plantada em MS seja de transgênicos O presidente da Aprossul (Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso do Sul), Carmélio Romano Roos, estima que a área plantada com soja transgênica na safra 2003/04 no Estado seja 236% superior à declarada por termo de compromisso ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), chegando a 80 mil hectares.

Caso esse número seja real isso significa 4,7% da área total plantada com soja no Estado, contra os 1,41% representados pelos 23,8 mil hectares declarados. Considerando a média estadual de produtividade, de 1,8 mil quilos por hectare, são 144 mil toneladas de soja transgênica. Essa soja, plantada clandestinamente, já teria sido colhida e comercializada. Carmélio afirma que sua estimativa é conservadora, considerando que entidades representativas do setor produtivo, em conjunto (cooperativas, revendedores de máquinas, de insumos e de sementes), acreditam que a área plantada possa a chegar a 150 mil.
Ainda sem legislação, a próxima safra de transgênicos já começa a se desenhar, a princípio com os grãos que circulam no Estado, segundo Carmélio. Penalizado pela alta de insumos, o produtor deve buscar nos transgênicos, que barateiam o custo de plantio por hectare de R$ 100,00 a R$ 150,00, alternativa para manter a rentabilidade. Carmélio acredita que na safra 2004/05 os transgênicos representem pelo menos 10% da safra, podendo chegar até 250 mil hectares.
Hoje o custo de produção até a colheita, posto e armazém, é estimado em R$ 1,2 mil a R$ 1,4 mil por hectare, o que para próxima safra deve chegar a cerca de R$ 1,8 mil, nos cálculos de Carmélio. Vendendo a saca a R$ 40,00, e considerando rendimento de 45 sacas por hectare (em uma estimativa conservadora) o produtor terá os ganhos empatados com os custos e por isso vai buscar alternativas para diminuir os custos. “Por isso o produtor se sente forçado a procurar alternativas mais baratas, como os transgênicos”, diz. Este ano não foram cobrados royalties, pela Monsanto, mas a perspectiva é que a partir da safra 2004/05 isso ocorra. No Rio Grande do Sul, onde 80% da safra é transgênica, o valor acordado foi de R$ 10,00 por tonelada.

 

 


 

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