18 de outubro de 2004 - 13:52

Bombeiros encontram dois corpos soterrados em Pernambuco

As equipes de resgate encontraram, na manhã desta segunda-feira, mais dois corpos nos escombros do edifício Areia Branca, que desmoronou na noite da última quinta-feira em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. Segundo os bombeiros, os corpos só poderão ser identificados após exames no Instituto de Medicina Legal.Os corpos foram achados na rampa do subsolo do prédio que servia de entrada dos veículos. Até então, as três pessoas que permaneciam soterradas eram Cícero Tenório da Silva Júnior e Ivanildo Martins dos Santos, ambos com 21 anos e funcionários da empresa Jatobeton, e o bombeiro Alcebíades Cunha, 35 anos, que trabalhava como segurança do prédio.

A primeira vítima encontrada foi o porteiro do edifício, Antônio Félix dos Santos, de 38 anos. O corpo dele foi encontrado na manhã da sexta-feira.

O número de máquinas usadas na operação de resgate foi reforçado nesta segunda-feira. Agora são doze caminhões fazendo o transporte dos entulhos e seis retro-escavadeiras trabalhando na remoção dos escombros.

Parentes das vítimas se queixam da demora na retirada dos escombros. Desde o início da operação, ainda na noite de quinta-feira, apenas 40% do entulho foi retirado. De acordo com o diretor de Operações do Corpo de Bombeiros, Coronel utra, a retirada total dos entulhos deve demorar ainda entre dez e doze dias.

Para o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Ricardo Santana, o trabalho de resgate não pode ser feito com pressa, mas sim com segurança para as pessoas que ainda estão soterradas.

- Temos que trabalhar com segurança para causar o menor dano às vítimas que estão sob os escombros - disse, completando que ainda acredita ser possível achar sobreviventes.

As famílias que moravam no Areia Branca acompanham o trabalho de remoção dos entulhos em busca de encontrar algum pertence. Segundo a agente de viagem Alda Rizuto, a espera é por algum objeto da história familiar:

- O principal é encontrar fotos e objetos de valor sentimental, pois os objetos materiais já sabemos que perdemos tudo.

Os moradores de um dos prédios vizinhos puderam entrar no local por 15 minutos, no domingo, para retirar alguns pertences. A estudante Roberta Leite disse que conseguiu retirar roupas e um celular "para manter contato com a família". Já as famílias do Solar da Piedade, prédio mais danificado, não puderam entrar.

O governo estadual contratou três engenheiros para avaliar se os edifícios vizinhos correm risco de desabar. De acordo com Gilsy Brasileiro, um dos engenheiros, o trabalho de perícia inicial concluiu que houve danos em alguns apartamentos, mas não na estrutura central dos prédios.

Por precaução, foi determinado que os moradores só poderão retornar aos imóveis até que se esclareça porque o Areia Branca caiu.

- Uma palavra final só será possível depois da remoção de todo o escombro e uma análise da estrutura e do solo -explicou Gilsy Brasileiro.

 

 

Globo Online