29 de junho de 2004 - 18:02

Bancada de MS usa R$ 489 mil de verba extra

 

A Câmara Federal liberou R$ 478.592,22 em verba extra para indenização dos oito parlamentares de Mato Grosso do Sul entre os meses de janeiro e junho deste ano. A quantia pode aumentar, uma vez que só três deputados pediram restituição por gastos referentes a junho. O que pediu o maior valor em indenização foi o coordenador da bancada federal, Antônio Carlos Biffi (PT), com R$ 64,4 mil. Quem menos recebeu foi João Grandão, também do PT, com R$ 45,2 mil. A chamada verba indenizatória é liberada pela Câmara para ressarcimento de despesas, como manutenção de escritório, combustível, locomoção, alimentação, hospedagens e consultorias. Por mês, cada parlamentar tem direito a até R$ 12 mil, podendo o valor não utilizado sendo acumulado para mês posterior, desde que no semestre, o que totaliza R$ 72 mil por período legislativo. Despesas com gabinete e combustíveis são as que mais consomem verba, segundo levantamento feito pelo Campo Grande News com base nos dados disponíveis na prestação de contas da Câmara. Geraldo Resende (PPS) recebeu de janeiro a maio (período avaliado, uma vez que a maioria não pediu indenização em junho) R$ 59,9 mil, seguido por Antônio Cruz (PTB), que pediu R$ 59,5 mil, e Nelson Trad (PMDB), que pediu R$ 59,3 mil. No caso dos dois últimos, a verba é praticamente toda dividida entre gastos com combustíveis e veículos e alimentação, hospedagem ou locomoção. Resende também gastou quase metade com combustível, assim como Murilo Zauith (PFL), que recebeu R$ 48,7 mil e gastou R$ 28 com este item. João Grandão (PT) também gastou boa parte da verba extra (recebeu R$ 45,2 mil, a menor quantia) com combustível ou veículo. Alguns deputados utilizaram parte da verba para divulgação. Waldemir Moka (PMDB) destinou R$ 8,9 mil dos R$ 58,8 mil que lhe foram repassados para a promoção de sua atuação parlamentar. Geraldo Resende destinou R$ 12, 9 mil para divulgação e Zauith destinou R$ 3,2 mil. Vander Loubet (PT) teve como principal despesa a manutenção de escritório. Foi como gastou R$ 26,8 mil dos R$ 58,8 mil liberados como indenização. Com combustível ou veículo foram R$ 21 mil. Moka destinou R$ 15,5 mil para consultorias, assessorias, pesquisas e trabalhos técnicos. Para o mesmo fim, Biffi destinu R$ 23,1 mil. Conforme reportagem publicada ontem pela Folha de São Paulo, nos primeiros cinco meses deste ano, os deputados federais do País consumiram cerca de R$ 10,5 milhões em combustíveis e lubrificantes. O valor é praticamente o dobro da quantia aplicada pelo governo federal com ambulâncias para o Samu (serviço de atendimento de urgência), que teve até agora R$ 5,9 milhões.

  Antônio Carlos Biffi (PT/MS) Antônio Cruz (PTB/MS) Geraldo Rezende (PPS/MS) João Grandão (PT/MS) Murilo Zauith (PFL/MS) Nelson Trad (PMDB/MS) Vander Loubet (PT/MS) Waldemir Moka (PMDB/MS) Janeiro 17.131,82 11.985,00 13.194,53 13.090,05 15.126,16 11.850,00 15.922,27 12.032,30 Fevereiro 9.495,09 11.988,00 12.124,73 7.662,54 8.300,08 11.965,00 10.665,49 9.802,06 Março 14.611,76 11.977,57 15.804,80 9.078,75 13.651,12 11.961,29 17.202,69 13.372,60 Abril 10.628,33 11.992,00 10.811,56 8.794,96 11.676,06 11.884,16 7.837,37 12.015,79 Maio 12.752,70 11.982,00 8.109,44 6.987,31 100,00 11.925,73 7.367,14 11.703,11 Junho   11.990,00   5.939,16     4.100,00   Total 64.619,07 71.914,57 60.045,06 51.552,77 48.853,42 59.586,18 63.095,29 58.925,86 Total Geral 478.592,22              

 

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