A pesquisa indica também que 2% da população brasileira é totalmente analfabeta na área da matemática. O analfabetismo matemático significa não dominar habilidades simples, como ler o preço de produtos em uma loja, anotar o número de um telefone que lhe foi passado, contar dinheiro ou até mesmo consultar um calendário.

A pesquisa foi realizada em todo o Brasil, com duas mil pessoas na faixa etária de 15 a 64 anos. Outros números indicam que 29% dos brasileiros só conseguem ler preços, anotar números de telefone, verificar calendários e ver a hora.

Um outro grupo, formado por 46% dos brasileiros, consegue ler números mais complexos, como mil, milhões e bilhões, fazer comparações de preços de produtos e até dar troco. Apesar disso, as pessoas desse grupo não conseguem fazer operações que envolvam mais de um cálculo.

Os dados foram divulgados hoje pelo Instituto Paulo Montenegro, braço social do Ibope, com os resultados da 4ª edição do Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (INAF), em parceria com a ONG Ação Educativa.

Segundo a consultora da 4ª edição do INAF e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Maria da Conceição Ferreira Reis Fonseca, os dados da pesquisa mostram que é preciso investir mais no acesso à escolarização.

Maria da Conceição ressalta que os resultados dessa pesquisa são similares aos da última amostra, divulgada em 2002, nas quais foram aplicados os mesmos instrumentos com idêntica metodologia de amostras. Em 2002, o nível de analfabetismo matemático da população brasileira era de 3% e o índice de pessoas aptas a resolverem problemas com mais de uma operação, ou cálculos proporcionais, era de 21%. Ou seja, não houve progressos nesse campo.

A mesma pesquisa divulgada hoje pelo Ibope sobre as habilidades matemáticas da população brasileira indica também que os entrevistados do sexo masculino apresentaram melhor desempenho.

Estadão