4 de outubro de 2004 - 16:39

Demanda por fertilizantes cai 0,7% até agosto no país

As entregas das misturadoras de fertilizantes que atuam no Brasil às revendas espalhadas pelo país alcançaram 2,608 milhões de toneladas em agosto, 5,1% menos que no mesmo mês de 2003 (2,748 milhões), segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Nos oito primeiros meses do ano, as entregas - principal termômetro da demanda doméstica - somaram 12,818 milhões de toneladas, uma queda de 0,7% sobre igual intervalo do ano passado.

O resultado confirmou a expectativa da entidade, que espera para o acumulado de 2004 uma demanda relativamente estável na comparação com 2003, quando a demanda alcançou o recorde de 22,356 milhões de toneladas. Ainda assim, a Anda informa que a demora na regulamentação da nova legislação envolvendo PIS/Cofins quebrou o ritmo de entregas e, com isso, teme que um acúmulo de vendas entre outubro e novembro enfrente problemas logísticos.

"Mas não há qualquer risco de desabastecimento", garante Eduardo Daher, diretor-executivo da associação. Ele prevê entregas de entre 3 milhões e 3,1 milhões de toneladas por mês em outubro e novembro. Também preocupa a Anda os recentes atrasos na liberação de crédito rural por parte do governo e a falta de negócios antecipados na área de grãos, que reflete a conjunção entre insumos mais caros e preços de commodities como a soja em baixa no exterior. Esse casamento, observa ele, acaba por gerar problemas para os produtores financiarem suas safras.

Assim, diz Daher, a Anda está monitorando o grau da tecnologia aplicada no campo. Nesse cenário, lembra, o produtor pode optar por um menor teor de nutrientes, por conta dos preços mais baixos dessas fórmulas. "Em 2003, o volume vendido cresceu 19%, e a qualidade melhorou 23%. Neste ano, com o produtor menos capitalizado, a qualidade tende a piorar".
 
 
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