4 de outubro de 2004 - 16:35

Genes ajudam o HIV a se esconder nas células

Cientistas norte-americanos descobriram dois genes que permitem ao HIV, vírus da Aids, permanecer latente no organismo --os genes poderão ser a chave para tornar os medicamentos de combate à doença mais eficientes.

Caso se consiga ativar estes genes, será possível tornar o vírus mais vulnerável ao tratamento.

Apesar de os medicamentos atuais impedirem a multiplicação do HIV, eles não erradicam completamente o vírus do organismo, pois ele se mantém em estado latente em algumas células durante muito tempo.

Esta inatividade faz com que os medicamentos não sejam eficazes, uma vez que, para funcionarem, é necessário que o vírus esteja ativo. O estudo identificou alguns dos genes que permitem ao vírus estar em estado de latência e os medicamentos que poderão fazer com que o HIV saia deste estado.

As células infectadas pelo HIV que permanecem em estado latente têm uma expressão genética muito parecida à das células não-infectadas e diferente das infectadas pelo vírus em fase ativa.

Por exemplo: os genes que criam um clima favorável à replicação viral se expressam pouco nas células que possuem o HIV latente e muito nas ativas. Caso se conseguisse que estes genes se expressassem mais, os tratamentos seriam mais eficazes.

O estudo demonstrou ainda que duas substâncias --o resveratrol e um inibidor de proteasoma-- podem ativar alguns destes genes, criando condições favoráveis à replicação do HIV. Neste estado, os medicamentos antiretrovirais podem atuar melhor contra o vírus.