28 de setembro de 2004 - 07:49

Sangue que pode ter vaca-louca entrou no Brasil

O Ministério da Saúde reconheceu que lotes de hemoderivados britânicos possivelmente contaminados com a doença da vaca-louca entraram no Brasil, mas informou que eles não foram utilizados em seres humanos. A informação foi divulgada hoje pelo Ministério da Saúde, Em nota, a pasta informou que investiga se o lote contaminado entrou no Brasil por outro caminho que não o da importação feita pela Coordenação de Sangue e Hemoderivados.

Segundo a assessoria do Ministério, a Meizler Comércio Internacional S.A., representante no país do laboratório que exportou hemoderivados britânicos para o Brasil, o Bio Products Laboratory (BLP), comunicou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que o material entrou no país em "pequena quantidade" e foi utilizado apenas em testes laboratoriais que não envolveram seres vivos.

Segundo a Meizler teria informado à Anvisa, o Replenine VF 500 (fator IX), foi utilizado em trabalhos visando testes para o registro da substância no Brasil. A Anvisa fez um requerimento à Meizler para que a empresa formalize esses esclarecimentos, o que deve ser feito amanhã.

Nota
Anteriormente, o Ministério da Saúde divulgou uma nota em que afirmou que estava investigando as denúncias de que lotes de hemoderivados britânicos, contaminados com o vírus que causa o mal da vaca Llouca, teriam entrado no Brasil.

O ministério estava se referindo à reportagem, divulgada pelo jornal britânico The Times, que informou que a Grã-Bretanha exportou para 11 países, no final da década de 90, sangue que poderia estar contaminado.

Na nota, o Ministério da Saúde já havia salientado que, até o momento, "não há nenhuma evidência de que os lotes contaminados tenham entrado no Brasil".

Em uma investigação paralela, o Ministério anunciou que está averigüando se lotes de um outro produto suspeito, o Vigam (Imunoglobulina) também poderiam ter entrado no Brasil. Tal produto, ao contrário do Replenine VF 500, é comprado diretamente pelos Estados, que depois são ressarcidos pelo Ministério da Saúde.

 

 

Terra Redação