22 de setembro de 2004 - 15:24

Jovens recebem treinamento para tocar o próprio negócio

O paraibano Anderson Leonardo da Silva, de 19 anos, trabalha com serigrafia na cidade de Monteiro. Ele, como outros 40 mil jovens que se inscreveram no programa Primeiro Emprego, sonha em ter seu próprio negócio.

A partir de uma parceria entre o Ministério do Trabalho e o Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Microempresa (Sebrae), Anderson poderá abrir sua própria empresa de serigrafia, dentro do programa Jovem Empreendedor, que vai treinar, a partir desta quinta-feira (23), jovens de baixa renda e escolaridade para tocar o próprio negócio.

No início, Anderson vai trabalhar com a mãe, que é costureira. “Minha mãe é costureira. Ela vai cortar e costurar os uniformes de escolas, jeans e outras roupas. Eu farei a parte da serigrafia, pintado emblemas de escolas ou fazendo desenhos. No futuro, se o negócio der certo, eu espero contratar outros funcionários para trabalhar na minha empresa” afirma.

De acordo com o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Alencar Ferreira, depois de concluir o curso, os alunos vão colocar no papel o plano de negócio, com o apoio dos técnicos do Sebrae, para aprovação da proposta por um comitê de crédito. O jovem vai receber dinheiro para abrir o seu negócio, além de contar com acompanhamento técnico de até três anos. “Além da qualificação desse jovem, nós vamos desenvolver um plano de negócio e, posteriormente, vamos acompanhar a execução do plano, dando assistência que pode chegar a três anos”, explica.

Alencar Ferreira informa que o programa Jovem Empreendedor começa na Paraíba, mas vai ser implantado em todos os estados. “Nós tivemos 40 mil inscrições de jovens interessados em abrir seu próprio negócio no programa, que é uma parceria entre o Ministério do Trabalho e o Sebrae. Nós desenvolvemos uma metodologia de qualificação desses jovens, inédita para o público de baixa renda e baixa escolaridade”, afirma.

Até o final do ano, a meta do governo, segundo o secretário, é treinar oito mil jovens e garantir dinheiro para que montem seu próprio negócio. Parte dos recursos é proveniente do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), mas também existe dinheiro do orçamento do Ministério do Trabalho e do Sebrae. “Estão previstos R$ 100 milhões para financiar a abertura de empresas para 16 mil jovens, mas R$ 5 milhões serão gastos no treinamento desses jovens”, informa Ferreira.

Alencar Ferreira lembra que a juventude é prioridade do governo Lula. “ A questão da juventude é séria. Nós temos 34 milhões de jovens, 17 milhões deles estão fora da escola e o índice de desemprego nessa faixa etária é o dobro da média das demais faixas etárias”. A violência também é outro problema. Segundo o IBGE, quase 60% dos homicídios ocorridos em 2002 são de jovens entre 16 e 24 anos. Há também a questão da maternidade precoce. Então, nós temos um projeto de nação e nele está incluído o jovem brasileiro”, acrescenta.

O secretário lembrou ainda os consórcios sociais da Juventude, que beneficia jovens infratores, afrodescendentes, indígenas e portadores de necessidades especiais. "Nós já qualificamos 7,5 mil jovens nos consórcios e inserimos no mercado de trabalho mais de 2,5 mil, informa Alencar Ferreira.

Ele destacou que é a primeira vez que o estado brasileiro organiza uma diretoria de políticas públicas para a juventude dentro do Ministério do Trabalho. “É um programa permanente. Isso é fruto da nossa vontade de inserir políticas públicas dentro do projeto de nação e o programa Jovem Empreendedor é uma das modalidades do Primeiro Emprego, conclui.
 
 
Agência Brasil