Santa Catarina é o único Estado do País em que o número de doadores de órgãos no primeiro semestre de 2007 aumentou em relação ao mesmo período do ano passado. Foi atingida a marca de 14,7 doadores de órgãos e tecidos por milhão de população (pmp). O índice nacional, que ficou em 5,4 doadores pmp, apresentou queda pelo terceiro ano consecutivo.

A Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) divulgou números esta semana que mostram que a doação caiu em todo o País. O índice nacional inferior aos anos de 2006 (5,8), 2005 (6,4) e 2004 (7,6).

Segundo o secretário de Saúde de Santa Catarina, Dado Cherem, no Estado esse número subiu de 12,8 pmp no primeiro semestre de 2006, para 14,7 no mesmo período deste ano.

"Nosso índice é o resultado de um esforço imenso no processo", diz Cherem, acrescentando que 36 pontos espalhados no estado estão cadastrados para captações de órgãos.

"Uma captação pode levar até 18 horas, mas com essa descentralização de serviços, contamos com profissionais e equipes em todas as regiões de Santa Catarina".

Segundo ele, essas equipes espalhadas pelo estado diminuem o risco de que a utilização de um órgão possa ser inviabilizada diante do tempo gasto para enviá-lo a centros especializados. "O processo feito dessa maneira é mais ágil", completa.

Cherem participou da abertura do X Congresso Brasileiro de Transplantes, realizado em Florianópolis até a próxima quarta-feira e que está reunindo mil médicos de pelo menos 20 países.

A ABTO está tentando reverter o cenário nacional de doação e lançou antecipadamente uma campanha de conscientização com a participação de várias celebridades. Ainda segundo informações da entidade, o Brasil tem o maior sistema de transplantes público do mundo, mas o número de intervenções representa apenas 25% da lista de espera.

Terra Redação