1 de setembro de 2007 - 10:10

Famílias do meio rural estão ficando menores, aponta IBGE

A redução no tamanho das famílias brasileiras, que já vinha sendo observada no meio urbano, se intensificou nos últimos anos no meio rural, de acordo com o resultados preliminares da Contagem da População 2007, divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo os dados parciais, o número médio de pessoas por domicílio caiu de 3,9 em 2000, quando foi realizado o último censo, para para 3,5 moradores em 2007. De acordo com o instituto, a diminuição no tamanho das famílias foi mais acentuada no meio rural, onde foi observada redução na população infantil, embora os dados específicos ainda não estejam disponíveis para divulgação.

Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, a mudança no perfil das famílias e da população é reflexo da redução da fecundidade, que começou a ser apurada pelas pesquisas desde a década de 80 nas áreas urbanas, e agora se generalizou.

“O número de filhos por mulher no Brasil continua em queda. O que há de novidade é que esse processo chegou também à área rural. Nós observamos que a taxa de fecundidade no meio rural está se aproximando dos patamares que havíamos identificado na área urbana do país”, disse Nunes.

De acordo com o coordenador da área de população do IBGE, Luís Antônio Oliveira, a diminuição no número de filhos faz com que haja redução na população jovem e aumente a proporção de adultos e idosos, características também apontadas pela pesquisa.

“A característica é essa: populações com taxa de crescimento cada vez menores, por conta da queda no número de nascimentos, e aumento na proporção da população adulta e idosa, por questões ligadas ao envelhecimento da população, que vive cada vez mais”, disse.

Os números preliminares da contagem foram divulgados e publicados no Diário Oficial da União de hoje (31) para atender a Lei complementar nº 59, de 1988, e a Lei 8443, de 1992, que estabelecem o dia 31 de agosto de cada ano para a definição da população dos municípios brasileiros.

Os dados servem para nortear a distribuição dos recursos federais do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), mas ainda serão revisados e encaminhados definitivamente ao Tribunal de Contas da União (TCU) somente no próximo dia 31 de outubro.

Até agora o IBGE já recenseou 105 milhões de pessoas em mais de 34 milhões de domicílios de todas as regiões. De acordo com o instituto, todos os domicílios já foram visitados, no entanto, em cerca de 18% deles os moradores não foram localizados para responder a pesquisa. O problema foi observado, por exemplo, em quase todos os municípios em torno do Distrito Federal, cuja população geralmente trabalha na capital e só retorna à noite.

Recenseadores envolvidos no trabalho continuam em campo até o dia 12 de setembro para apurar se os domicílios fechados, de fato, estão vazios, ou então contabilizar o número de pessoas residentes.

A pesquisa, segundo o IBGE, foi concentrada nos municípios menores - 5.414 com menos de 170 mil habitantes - porque são eles que mais dependem do repasse constitucional de verbas federais (Fundo de Participação dos Municípios). Também foram incluídos na pesquisa outros 21 municípios, situados em 14 estados onde além da capital, um ou dois excedem esse teto de população.

O IBGE não realizou a pesquisa nos demais 129 municípios brasileiros por falta de recursos e porque eles já estão incluídos na última faixa populacional, cujas variações para cima não alteram o recebimento de recursos do FPM.

 

 

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