29 de agosto de 2007 - 16:33

Habitação responde pelo maior gasto das famílias, diz IBGE

Os gastos com habitação são os que mais pesam no bolso das famílias brasileiras, segundo dados da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) 2002-2003 divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Das 48,5 milhões de famílias pesquisadas, independentemente da composição familiar, habitação correspondeu a 35,5% dos gastos.

Das famílias cujo maior gasto foi habitação, o maior peso dentro da categoria veio do aluguel: 45%. O levantamento destaca os grupos de referência de 60 a 69 anos e de 70 anos ou mais, para os quais os aluguéis representam mais da metade do total da despesa de consumo média mensal familiar com habitação.

Na segunda maior participação nas despesas, o estudo aponta alimentação (20,75%) em todos os arranjos familiares, exceto casal sem filhos, onde transporte ocupa esta posição. A aquisição de veículo foi o item desta categoria de maior peso, acima de 33%, tanto para a área urbana como para rural.

Depois de alimentação, no geral, aparecem transporte (18,44%), assistência à saúde (6,49%) e educação (4,08%).

Ainda em relação a despesas médias mensais familiares com alimentação, os gastos mais expressivos são encontrados na área urbana (R$ 350), embora nesta área esse item de despesa tenha menos peso (23%) do que na área rural (36,5%).

Em outro item, quase 50% do total da despesa com assistência médica foi representada por remédios, com variações entre 40% e 54% na área urbana do país, detalhou a POF. Os percentuais de maior expressão no item remédios se concentraram na área rural, entre 70% e 84%, do total de gastos na categoria de saúde.

Já a despesa com educação estava entre as mais baixas. Segundo o levantamento, a participação foi de 4% em relação ao total das despesas de consumo. A área urbana seguiu esse mesmo quadro, enquanto a área rural apresentou percentuais menores. As famílias com referência de 40 a 49 anos se destacaram com os percentuais de maior significância de gastos com educação, tanto na situação urbana como na rural, pontuou a pesquisa.

Por região, Norte, Nordeste e Sul registraram percentuais abaixo de 3,5% nos gastos com educação. A região Sudeste foi a que apresentou o maior percentual de investimentos em educação: 4,7%.

De acordo com o estudo, as despesas com recreação e cultura se concentraram nas famílias dos estratos de menor faixa etária, observando-se um declínio à medida que a idade da pessoa de referência avança. A região Sudeste foi a que mais destinou gastos para recreação e cultura (2,5%), chegando a atingir quase 5% nas famílias cuja pessoa de referência estava no grupo de 10 a 19 anos.

Escolaridade

Segundo o estudo, as famílias chefiadas por uma pessoa de cor branca ganham 25% a mais do que a média nacional (R$ 1.794,32). A remuneração média das famílias lideradas por brancos é de R$ 2,262,24, contra R$ 1.245,09 de chefes negros e R$ 1.232,62 de pardos.

Pela escolaridade, as famílias chefiadas por pessoas com 11 anos ou mais de estudo tinham renda mais elevada (R$ 3.796). Nas com menos de um ano de instrução, a renda era, em média, R$ 752. leia dados completos aqui

POF 2002-2003

A pesquisa traça um perfil das despesas e rendimento de acordo com a característica da pessoa de referência, tais como a inserção no mercado de trabalho, escolaridade, idade, o sexo, a cor ou raça, e a religião, entre outras.

Esta é a quarta pesquisa realizada pelo IBGE sobre orçamentos familiares. As anteriores foram o Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF 1974-1975), com âmbito territorial nacional, à exceção da área rural da região norte e centro-oeste; POF 1987-1988 e a POF 1995-1996 --essas duas tinham como meta atender a atualização das estruturas de consumo dos índices de preços do consumidor produzidos pelo IBGE, sendo realizadas nas regiões metropolitanas do país.

 

 

Folha Online