29 de agosto de 2007 - 16:20

Mercado se recupera e dólar cai quase 2%

O dólar acompanhou a recuperação dos mercados internacionais e fechou em queda de quase 2% nesta quarta-feira, devolvendo parte do salto registrado na véspera em meio à turbulência no exterior.

A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 1,967, em queda de 1,80%. Na semana, o dólar ainda acumula alta de 1,24%.

O mercado de câmbio espelhou durante todo o dia as oscilações em Wall Street. Os principai índices de ações dos Estados Unidos subiam mais de 1% durante a tarde, refletindo o interesse dos investidores por ações mais baratas após a queda de mais de 2% da véspera.

A melhora no exterior punha em queda o risco-país, o que sinalizava uma maior disposição dos estrangeiros em trazer dólares para o Brasil.

Apesar da recuperação, no entanto, o dólar manteve-se num patamar superior ao visto no final da semana passada. "Diante dessa turbulência toda e do cenário indefinido, os agentes estão bastante cautelosos", disse Carlos Alberto Postigo, operador de câmbio da corretora Action.

"Acredito que não esteja tendo muita liquidez; o pessoal está trabalhando de forma bastante pontual", acrescentou.

Mario Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação, avalia que o mercado local deverá manter esse comportamento nos próximos dias, esperando uma definição mais clara no exterior.

"Se as bolsas lá fora estiverem reagindo bem, acho que a coisa aqui tranquiliza, mas se continuar nesse vaivém, o câmbio acaba acompanhando e fica nessa gangorra", comentou.

Os mercados internacionais têm sofrido desde meados de julho em meio à preocupação com a exposição dos bancos e instituições financeiras às perdas no mercado de crédito de alto risco nos Estados Unidos. Até então, o dólar era cotado nos menores valores desde 2000, e no momento mais tenso das últimas semanas, chegou a zerar toda a queda acumulada no ano.

A turbulência afastou o Banco Central, que deixou de realizar há pouco mais de duas semanas os leilões de compra de dólares que vinham sendo feitos diariamente no mercado à vista. Além disso, o mercado espera que a autoridade monetária não faça a rolagem de contratos de swap cambial reverso que vencem na próxima segunda-feira.

Esse tipo de instrumento, que funciona como uma compra futura de dólares, chegou a ser utilizado para suavizar a valorização do real e gerou prejuízo ao BC no primeiro semestre do ano. De acordo com o próprio BC, o resultado de variação cambial e swaps no período foi negativo em mais de R$ 29 bilhões - montante que deverá ser coberto pelo Tesouro Nacional, que foi beneficiado pela queda do dólar por ter dívida associada à moeda norte-americana.

O mercado detém o equivalente a cerca de US$ 23 bilhões em swap cambial reverso, segundo dados da autoridade monetária.

 

 

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