28 de agosto de 2007 - 13:27

Índia tem casa queimada na aldeia Bororó em Dourados

A Operação Sucuri, de combate a violência nas aldeias de Dourados, acabou no último sábado (25). A reserva está sem policiamento, e nesse fim de semana uma casa foi queimada por vândalos.

Da casa de reza de sapé e taquara da Aldeia Bororó, um símbolo da cultura indígena, sobraram apenas cinzas. Em poucos minutos o fogo destruiu tudo. Resultado da ação de criminosos no primeiro fim de semana após o término do prazo de 60 dias da Operação Sucuri.

‘Eu fiquei com muita tristeza, porque tive minha casa de reza queimada. Mas eu não vou ficar mais aqui não. Eu vou sair daqui”, lamenta a índia caiuá, Vitória de Oliveira.

Em 60 dias, os dois crimes mais graves ocorreram na Aldeia Bororó. No início do mês, numa tentativa de chacina, quatro pessoas da mesma família ficaram feridas. Entre elas uma criança de apenas um ano. No outro, semana passada, uma indígena de 37 anos teve a mão decepada e a cabeça atingida por golpes de facão. A polícia prendeu Aristides Soares, que confessou participação nos dois casos.

No prazo determinado para as atividades, os quatro agentes da Operação Sucuri trabalharam em ações para diminuir a violência na reserva. Em dois meses apreenderam armas artesanais, drogas e mais de duzentos litros de bebidas alcoólicas.

De novo, sem nenhuma fiscalização, o caiuá Celso Savala não esconde o medo de continuar morando numa das aldeias de Dourados. “A gente está torcendo que eles voltem novamente, e fazer a segurança pra gente”.

O coordenador da Funai em Dourados, Eliezer Cardoso, disse que a resposta ao pedido de prorrogação do prazo de atuação da Operação Sucuri deve sair nesta quarta-feira (29).