27 de agosto de 2007 - 11:06

Energia pode cair até 20% em 2008

A revisão tarifária prevista para 2008 poderá derrubar em até 20% o custo da energia elétrica aplicado em Mato Grosso do Sul. A expectativa acompanha o cenário econômico brasileiro.

No atual contexto, a redução do risco-país e consequentemente a tendência de menos pressão por lucratividade, aliada ao redesenho das concessionárias, que demonstra condições de manutenção do serviço com menos gastos, são fatores determinantes no sentido de atender à previsão de abatimento da tarifa. Diante dos indícios, nem mesmo as despesas represadas da multinacional seriam capazes de reverter o quadro.

A tendência de corte foi anunciada pelo relator da CPI, deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB). Amparado em estudo técnico, ele prevê queda de 10% a 20% do serviço no Estado. "A sociedade está mais atenta em relação às tratativas de aumento da tarifa, por isso está vindo à tona como de fato funciona a multinacional. Diante das informações, observa-se que a empresa assegura o serviço gastando cerca de 40% a menos que há cerca de cinco anos", enfatizou.

Atualmente, por exemplo, a Enersul praticamente não gasta com escritórios de atendimento nos municípios sul-mato-grossenses. Pesquisa da CPI revelou que o serviço está disponível em apenas 10 dos 73 municípios de abrangência da concessionária. O mesmo acontece no setor de call center. Alterações no serviço, como a centralização do atendimento, estão proporcionando o enxugamento dos gastos.

Já o lucro da empresa deverá ser quatro pontos percentuais inferior ao registrado na última revisão tarifária, em 2003. Na época, o índice atingiu 15% sobre o custo do período. Enquanto isso, em 2008 a previsão é de que o lucro seja de 11%, sobre o gasto estimado para o ano. "A lógica de mercado indica cada vez mais uma remuneração justa", frisou Marquinhos Trad.

Para o relator da CPI, desta vez a Enersul não irá conseguir os reajustes evidenciando os investimentos para ampliar a rede de distribuição de energia elétrica, como ocorreu em negociações anteriores. "A maioria das ações nem sequer existem. A Aneel é conivente à Enersul e aceita as informações sem conferir in loco o que realmente está acontecendo. Por meio da CPI, as irregularidades tornaram-se públicas, por isso será difícil a Aneel continuar agindo apenas em pról da concessionária", comentou.

Para assegurar o abatimento na próxima revisão tarifária, Marquinhos Trad também considera primordial a movimentação popular. "A sociedade precisa se fazer presente nas negociações por meio da Comissão do Consumidor e acompanhar de perto as tratativas", destacou. A primeira audiência para aa revisão tarifária acontece já no próximo dia 24.

Outras reduções

Caso a expectativa de corte se confirme, irá se repetir nos 73 municípios de abrangência da Enersul o que ocorreu nas cinco cidades sul-mato-grossenses atendidas pela Elektro, que asseguraram redução de até 21% nas contas de energia elétrica. O abate foi anunciado dia 21 de agosto pela Aneel, após encerrar a revisão tarifária da concessionária e entra em vigor a partir de hoje.

Correio do Estado