O Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), que anunciou no começo do mês que os rastreadores seriam obrigatórios em todos os carros zero-quilômetro a partir de agosto de 2009, determinou ontem que os dispositivos terão separadas as funções de bloqueio e de rastreamento, sendo que a primeira deverá sair de fábrica obrigatoriamente ativada e a segunda será opcional ao motorista.

De acordo com a portaria publicada ontem no "Diário Oficial" da União, o próprio usuário poderá acionar o sistema, sem custos. Já o uso do rastreador fica a cargo do motorista --que, nesse caso, deverá contratar uma empresa especializada, pagando taxas mensais ou anuais.

As empresas de rastreamento deverão ser certificadas pelo Denatran, embora o órgão ainda não tenha definido como isso acontecerá. O dono do carro não poderá remover o equipamento --se o fizer, o veículo não será ligado.

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) informou que o gasto com a aquisição do aparelho deverá ser repassado ao consumidor.

Ao contratar uma empresa de rastreamento, o motorista não terá a necessidade de ele mesmo bloquear o veículo. Nesse caso, ele aciona por telefone a empresa, que fica encarregada de realizar o bloqueio--que geralmente é feito com o corte de combustível-- e localizar o carro.

Atualmente, o preço para a locação de um rastreador é de aproximadamente R$ 150. A mensalidade custa R$ 80.

O diretor da empresa de rastreamento Lojack, Marcelo Orsi, diz que a única indefinição na portaria é quanto ao tipo de tecnologia. O Denatran deve especificar em 90 dias se o rastreamento será feito por meio de GPS, radiofreqüência ou uma outra tecnologia.

José Carlos Oliveira, da comissão de automóveis da Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização), diz que o uso do dispositivo traz uma vantagem, que é a redução no preço do seguro. "Um carro com rastreador tem mais de 80% de chances de ser recuperado".

 

 

Folha Online