24 de agosto de 2007 - 08:48

Dourados vai sediar congresso sobre avanços na piscicultura

A trajetória da piscicultura em Mato Grosso do Sul será apresentada no I Congresso Brasileiro de Produção de Peixes Nativos de Água Doce, que acontece na Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados, entre os dias 28 e 31 de agosto. No encontro serão discutidas técnicas de produção utilizadas no Estado ao longo dos últimos 25 anos.

De acordo com o professor Celso Benites, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), a história da piscicultura sul-mato-grossense começou em 1982 na própria universidade e 25 anos depois o setor comemora a aprovação da primeira pesquisa brasileira em rede sobre melhoramento genético envolvendo oito unidades da Embrapa, dez universidades, centros de pesquisa e iniciativa privada.

Benites conta que no início da década de 1980 um grupo de professores da UFMS decidiu criar uma estação experimental de piscicultura. "Nossa visão era de aproveitamento da vocação e potencialidade regional", afirma. A proposta do grupo era demonstrar que no confinamento de peixes de espécies nativas do Pantanal, a piscicultura seria uma atividade econômica com exploração racional e sustentável. "Assim nasceu a primeira unidade de piscicultura vinculada a um organismo público. Foi uma ação inovadora", disse o professor.

Hoje Mato Grosso do Sul possui 819 empreendimentos em piscicultura, de acordo com dados levantados pela pesquisadora Emiko Kawakami de Resende, da Embrapa Pantanal. Emiko apresentará essa e outras informações em um pôster sobre diagnóstico da piscicultura no Mato Grosso do Sul no mesmo Congresso. "A metade desses empreendimentos é formada por pequenos produtores, em propriedades de até 1 hectare", afirma a pesquisadora.

A pesquisadora da Embrapa Pantanal está à frente do Aquabrasil, projeto inovador de pesquisa em rede  sobre melhoramento genético de espécies aquícolas no País. Aprovada recentemente pela Embrapa, a pesquisa leva o nome de "Bases Tecnológicas para o Desenvolvimento da Aqüicultura no Brasil" e começa em outubro, envolvendo parcerias em todo o país.

A pesquisa vai estudar quatro espécies: o tambaqui da Amazônia, o pintado do Pantanal, o camarão branco cultivado na costa brasileira, principalmente no Nordeste, e a tilápia, originária da África e cultivada em todo o país, especialmente no Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Segundo Emiko, a escolha dessas espécies baseou-se na importância econômica nacional e regional das mesmas.

O I Congresso Brasileiro de Produção de Peixes Nativos de Água Doce e o 1º Encontro de Piscicultores de Mato Grosso do Sul são promovidos pela Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República, Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática e pela Embrapa, com realização da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados) e Embrapa Pantanal (Corumbá).

 

Com assessoria