Mais de 50 moradores do Panambi, distrito de Dourados, bloquearam no início da tarde de ontem a rodovia MS-673 que liga Rio Brilhante, Douradina, Panambi e Dourados. O grupo protesta contra o trânsito de veículos pesados nas vias do distrito. De acordo com agricultor Paulo Apolinário da Silva, membro da Associação de Moradores, durante o último protesto, realizado em junho deste ano, as autoridades municipais prometeram que no prazo de uma semana os problemas seriam sanados. Segundo ele, o prazo venceu e a situação contiunua a mesma.

"A poeira está adoecendo adultos e crianças com problemas respiratórios. Além disso, mais da metade das casas apresentam rachaduras graves que colocam em risco a vida dos moradores. Estes dias várias lajes e rebocos de casas começaram a cair. Tudo isso porque os estão desviando das aldeias e transitanto na cidade", disse.

Segundo ele os indígenas trancam a MS-156 e cobram pedágio dos motoristas. Com isso os caminhoneiros desviam para a MS 673, que não oferece condições seguras de tráfego, além disso, as carretas pesadas danificam locais onde existem asfalto. Uma ponte de madeira está "caindo aos pedaços" e colocando em risco a vida das pessoas que precisam passar pelo local diariamente. Apolinário disse que uma obra de cascalhamento já amenizaria o problema, mas o prazo para o início das obras teria que ser em no máximo 10 dias.

Os manifestantes afirmam que houve uma liberação de verbas para a revitalização da estrada, mas que nenhuma ação foi tomada. Alguns chegam a afirmar que o recurso teria sido desviado. O grupo vai questionar durante a reunião o destino desse dinheiro. O agricultor conta ainda que além da questão saúde, a população de Panambi teme os acidentes, por conta do aumento do fluxo de veículos.

Segundo ele mais de 3.720 caminhões pesados passam pelo local, uma média de 120 por dia. A barreira deve prosseguir por tempo indeterminado, com o intuito de chamar a atenção das autoridades. Faixas tratores e caminhões impedem o trânsito. Caminhoneiros estão sendo obrigados a desviarem por Douradina ou esperarem o fim do protesto.