18 de agosto de 2007 - 08:48

'Trem da alegria' favorece 6 mil somente em Brasília

As emendas à Constituição em discussão no Congresso que, se aprovadas, darão estabilidade a 260 mil servidores não-concursados, poderão premiar, somente em Brasília, um grupo de 6 mil servidores municipais e estaduais hoje cedidos para vários órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário da União.

Na Câmara dos Deputados existem cerca de 200 funcionários requisitados de estados e prefeituras que, se aprovada a PEC do deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), passarão a integrar a elite do funcionalismo público, com remuneração média de R$ 10.539.

Duas PECs, que já estão prontas para votação na Câmara, podem dar estabilidade a 60 mil servidores não-concursados e efetivar 200 mil funcionários temporários e um número indefinido de trabalhadores requisitados de estados e municípios para a esfera federal.

As estimativas sobre os potenciais beneficiários somente em Brasília são do próprio autor da PEC nº 2, de 2003. Patriota justifica sua proposta alegando que a atual proliferação de servidores requisitados está bloqueando vagas no serviço público que poderiam ser ocupadas por servidores aprovados em concurso.

“Como sou um defensor de concurso público desde a Constituinte de 1988, estou abrindo com essa PEC a possibilidade de concurso público para 6 mil vagas”, disse o deputado.

Segundo ele, apenas servidores concursados e cedidos há mais de três anos para outro órgão poderiam optar, a partir da aprovação da PEC, por ser efetivados no novo cargo, desde que com “atribuições semelhantes e do mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional” do cargo de origem.

Essa restrição foi incluída no texto pelo relator da emenda, o ex-deputado Philemon Rodrigues (PR-PB), na votação na Comissão Especial da Câmara que discutiu a proposta, mas sua implementação dependerá de interpretação.

Na prática, segundo técnicos do governo, a medida restritiva até pode impedir algum tipo de “ascensão funcional”, como defendido pelo relator, mas não impedirá a inevitável ascensão salarial. Isso porque os salários no Legislativo federal, por exemplo, são 10 vezes maiores do que nos municípios. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

 

 

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