14 de agosto de 2007 - 13:50

Número de casos de Aids em Dourados tem aumento de 17,4%

O SAE (Serviço de Atendimento Especializado) de Dourados registrou 30 novos casos de Aids entre janeiro e julho deste ano na cidade, sendo que a maioria dos pacientes tem entre 20 a 35 anos de idade. No primeiro semestre deste ano foram 27 casos ou 17,4% a mais que no mesmo período do ano passado.

Desde que foram implementados na cidade em 1989, o SAE e o CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) já atenderam 800 pessoas infectadas com o vírus HIV que provoca a Aids, sendo que 156 abandonaram o tratamento ou foram transferidas. Outras 556 continuam em tratamento e 262 estão fazendo uso do coquetel de medicamentos que combate os sintomas e doenças oportunistas que tomam conta do organismo indefeso.

Entre os pacientes, há sete crianças e pré-adolescentes, que contraíram da doença da mãe gestante portadora do vírus. Outras 135, nascidas de mães soropositivas, foram negativadas, ou seja, venceram a doença antes de completarem dois anos de idade, graças ao fortalecimento natural do sistema imune, explica a diretora do SAE, Vanda Assad.

Entre os pacientes que recebem atendimento, em torno de 300 são portadores do HIV mas não manifestaram os sintomas ainda, no entanto, podem transmitir a Aids através de relação sexual de todo tipo, do uso compartilhado de agulhas e outros materiais perfurantes, e de transfusão de sangue contaminado.

Com a inauguração da nova sede, o SAE espera otimizar o atendimento, acomodando melhor e reduzindo o tempo de espera dos pacientes de Aids e outras DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis). Vanda diz que a Aids está se tornando mais feminilizada e isso significa que cada vez mais mulheres são infectadas, especialmente as casadas ou que têm apenas um parceiro e dispensam o uso de preservativos.

Até há uma década, uma mulher a cada dois homens contraíam o vírus. Hoje empata, inclusive na região da Grande Dourados. A Aids também está mais presente em meio à população jovem e na Terceira Idade. No primeiro caso, o aumento do índice de alcoolismo é determinante, diz Vanda Assad. "Quando fazem uso de bebidas alcóolicas, os jovens simplesmente negligenciam e deixam de usar a camisinha".

O resultado pode ser uma gravidez precoce, não planejada, mãe portadora do vírus e obrigada a tomar o medicamento até o parto. Ela não vai poder amamentar o bebê, que corre o risco de nascer infectado. Na população mais experiente, a Aids ronda cada vez mais. Além da resistência ao preservativo, a chegada dos medicamentos contra a impotência vêm incentivando as relações entre pessoas com idade acima de 60 anos, que se mantiveram sexualmente ativos ou retomaram a vida sexual.

Os quatro casos de Aids registrados no ano passado, em Dourados, confirmam que a epidemia de AIDS está envelhecendo no país, além de acometer cada vez mais as populações pobres, marginalizadas e inclusive indígenas. De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 1995 e 2005, os casos saltaram de 824 para 1.930. Em 1996, a cada 100 mil homens com idade entre 50 e 59 anos, 18,2 tinham o diagnóstico da doença.

 

 

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