20 de setembro de 2004 - 14:00

Talismã do Corinthians é candidato em São Paulo

Aos 36 anos, Tupãzinho conta os dias até as eleições de outubro, para prefeito e vereador. "Vou concorrer este ano", explica o ex-jogador. "Sou candidato pelo PFL a vereador." Ele concorre a uma cadeira na Câmara de Tupã.

Essa foi a maneira que o talismã do Corinthians no início dos anos 90 encontrou para continuar a vida depois que deixou o futebol, em abril deste ano. A carreira de jogador, cujo maior feito foi ter marcado o gol que deu ao time de Parque São Jorge o inédito título de campeão brasileiro de 1990 em cima do São Paulo, tomou um rumo que nem mesmo Tupãzinho esperava. "Eu tinha um comércio (posto de gasolina), mas desisti. Agora vou tentar a carreira política, vamos ver no que vai dar. Sou bem conhecido aqui em Tupã, mas em eleição a gente nunca sabe o que vai dar", comenta o ex-jogador, responsável pelo 1 a 0 na decisão do Brasileirão daquele ano.

Se não for eleito para a Câmara, Tupãzinho pretende colocar em prática o que aprendeu durante os quase 20 anos de carreira - e fazer o que muitos dos ex-atletas pensam fazer: ser técnico de futebol. "Não estou fazendo nada. Mas se não for eleito tenho propostas para trabalhar como treinador. Fui convidado para dirigir uma equipe de juniores. E fui procurado pelo Paranavaí", diz Tupãzinho. "Estou esperando, vamos ver no que dá."

Estradeiro - Depois de sua ótima passagem pelo Corinthians, Tupãzinho andou sumido. Perambulou por vários clubes brasileiros, dentre eles o Fluminense. "Por onde passei fiz gols e fiquei com o apelido de ‘talismã’...", diz o ex-jogador, lembrando do período em que sempre que entrava nas partidas fazia gols decisivos. Jogou também no América-MG, XV de Piracicaba, Matonense, São Bento, União de Rondonópolis e pelo Paranavaí, onde encerrou carreira. "Parei de jogar em abril", observa. "Deixei de jogar porque você pára de receber salário. Os clubes convidam, você vai até lá, mas não pagam. Ficamos dois, três meses sem receber. Assim não dá para continuar", lamenta. "Joguei no Paranavaí e decidi parar por causa disso. Não vale a pena."

O talismã da torcida corintiana, natural de Uchoa (foi para Tupã, terra do pai, quando tinha apenas 20 dias), garante estar preparado para ser técnico de futebol. "Não tenho um treinador em que me espelhe. Cada um tem seu jeito, cada pessoa trabalha da sua forma, mas aprendi muito com o Basílio, o Carlos Alberto Silva e o Cilinho, no Corinthians. A maneira como trabalhavam me agradava. Acho que meu estilo vai ser mais para paizão, de conversar", diz, mas torcendo mais para que sua popularidade em Tupã lhe renda uma cadeira na Câmara dos Vereadores.

 

 

Estadão