Greve faz pacientes serem atendidos no chão em Alagoas
A greve dos médicos de Alagoas, que se estende há 75 dias, tem feito com que pacientes sejam atendidos no chão no maior hospital público do Estado, a Unidade de Emergência de Maceió. Familiares de pacientes reclamam que a espera pelo atendimento demora até três dias e falam em superlotação das alas hospitalares. A direção do hospital não se pronunciou sobre o assunto.
Mais de 160 médicos assinaram pedidos de demissão coletiva. Os ambulatórios 24 horas da capital abrem, mas não têm médicos. Eles pedem 50% de reajuste salarial, mas o governo do Estado ofereceu 5%.
"Só funcionam urgência e emergência porque não queremos que a situação fique como está em Recife. Os médicos estão sob aviso prévio. A partir do dia 20, vão faltar médicos em Alagoas porque o aviso prévio vai acabar", disse o presidente do Sindicato dos Médicos, Welington Galvão. Em Recife, os médicos pediram demissão, mas sem aviso prévio. Na capital pernambucana, a saúde entrou em colapso.
A proposta do sindicato é que 25% dos médicos de Alagoas (500) peçam demissão até o final de agosto. O Estado possui 2 mil médicos. No maior hospital, a Unidade de Emergência em Maceió, 98% dos médicos assinaram pedido de demissão e estão sob aviso prévio. Na lista dos demissionários há anestesistas, neurocirurgiões, pediatras e outros profissionais.
Nem os poderes conseguiram encontrar uma solução para a greve. O Tribunal de Justiça decretou a ilegalidade da greve dos médicos em junho; o Ministério Público Estadual tentou terminar com a paralisação, mas em vão. "Faço um apelo aos médicos: voltem ao trabalho", disse o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB).
Para o vice-governador e médico cardiologista, José Wanderley Neto (PMDB), a crise na saúde não está em Alagoas, mas no modelo do Sistema Único de Saúde (SUS). Há duas semanas, o deputado federal Augusto Farias (PTB) pediu ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, intervenção federal na área.
"Se a intervenção fosse boa, teríamos pensado nisso. Um modelo que funciona em São Paulo com sucesso não pode ser aplicado nos outros estados porque cada região do Brasil possui a sua particularidade", justificou.
Greve da Polícia Civil
Os policiais civis suspenderam as atividades na semana passada e, na quarta-feira, as viaturas deixaram de circular pelo Estado. No caso da Polícia Civil, nem o arrombamento da Secretaria Municipal de Fianças de Maceió, ocorrido no último final de semana, pôde ser registrado na delegacia.
Os policiais civis suspenderam as atividades na semana passada e, na quarta-feira, as viaturas deixaram de circular pelo Estado. No caso da Polícia Civil, nem o arrombamento da Secretaria Municipal de Fianças de Maceió, ocorrido no último final de semana, pôde ser registrado na delegacia.
"Os policiais não estão fazendo Boletim de Ocorrência", disse a secretária de Finanças, Marcilene de Oliveira. Os policiais alagoanos querem aumento de 104%. O Governo ainda não apresentou uma contra-proposta.
Terra Redação