8 de agosto de 2007 - 10:25

Juros menores para custeio da safra animam produtores de MS

As linhas de crédito agrícola para custear a próxima safra aumentaram. Os juros estão mais atraentes, mas o clima é de cautela no campo. Mesmo com os recursos disponíveis nos bancos oficiais, o produtor precisa regularizar débitos antigos para poder fazer novos financiamentos.

O momento é propício: uma disputa pelos grãos pelas indústrias de alimento e usinas de combustíveis. Os Estados Unidos aumentaram a área plantada de milho pra produzir álcool. O Brasil está vendendo mais milho pra consumo.

A soja também recuperou o preço no mercado internacional. No Brasil mais de R$ 60 bilhões já estão disponíveis pra custear a próxima safra. Em Mato Grosso do Sul, em duas semanas os produtores já financiaram R$ 20 milhões e o dinheiro veio com juros mais baixos.

“O governo reduziu a taxa de 8,75% para 6,75%. E para o produtor com certeza ficou mais barato”, explica o gerente de agronegócio Loreno Budike.

O crédito de custeio é usado pelo agricultor pra comprar insumos, preparar a terra e fazer o plantio da soja. Geralmente as lavouras começam a ser formadas em outubro com a volta da chuva.

O anúncio de dinheiro pra custeio animou os produtores. Mas quem está pagando dívidas das lavouras de 2003, 2004, 2005 terá de renegociar o que deve até o fim de agosto pra conseguir financiar o custeio.

Os produtores esperam mudanças nessa exigência. Eles aguardam uma possível prorrogação do prazo pra pagar a dívida, o que ainda não foi oficializado pelo Governo Federal. Muitos estão financiando a próxima safra fora dos bancos oficiais.

“Quando ele ainda consegue alguma garantia para oferecer para as multinacionais, para as tradings, para as fornecedoras de insumo, ele fornece essa garantia e busca esse recurso. Mas gera um custo financeiro mais alto e um custo de produção conseqüentemente mais alto”, afirma o vice-presidente da Famasul, Eduardo Corrêa Riedel

Para fugir dessa rotina de todos os anos, correr atrás de financiamento e aumentar as dívidas, muitos produtores esperam que o governo mude a política cambial, reveja a carga tributária, invista em logística e crie o seguro agrícola. Medidas que poderiam, segundo os produtores, estabilizar o setor.


Pequeno produtor

Para o pequeno produtor rural está mais fácil conseguir financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O Governo Federal vai subsidiar os juros das linhas de crédito.

No estado, o Pronaf é feito com recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO). São por volta de R$ 90 milhões disponíveis para os agricultores. Para esta safra os juros foram reduzidos e variam de 0,5% a 5,5% ao ano. Antes eram de 1% a 7,25% ao ano.

O limite de renda por safra para conseguir o financiamento aumentou em todas as linhas de crédito. Para a linha mais barata, o teto passou de R$ 3 mil para R$ 4 mil. Já para a linha mais cara, o limite subiu de R$ 80 mil para R$ 110 mil.

Com essa medida o governo pretende ampliar o público atendido pelo Pronaf. Em Mato Grosso do Sul, onde existem cerca de 60 mil famílias na agricultura familiar, a estimativa é que a demanda aumente em 20%.

 

 

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