4 de agosto de 2007 - 10:40

Estiagem reduz produção de leite em até 50% e eleva os preços

Época de seca, entressafra no campo. Aqui no Estado, com a estiagem, os produtores de leite têm queda na produção que pode chegar a 50%. Para amenizar as perdas, a saída é investir em tecnologia.
Cinco da manhã é a hora em que começa a ordenha. Na fazendo visitada por nossa equipe de reportagem, a produção de leite é de médio porte. 70 vacas produzem 1.300 litros de leite por dia.
Mas em época de estiagem essa quantidade cai bastante. Depois de mais de 40 dias sem chuva em Campo Grande, a redução na produção na propriedade de Mário Palo Neto já chega a 23%.
Com a produtividade em queda, o preço do leite está mais alto. Em Mato Grosso do Sul o produtor está vendendo o litro a R$ 0,58,  quase o dobro do preço praticado durante a safra, que é de R$ 0,35.
Para enfrentar a estiagem prolongada o produtor precisa investir em silagem. Na propriedade de Mário estão sendo estocadas 100 toneladas de capim elefante, o suficiente para alimentar as vacas leiteiras por 40 dias.
O pasto seco interfere na qualidade do leite. Por isso, Mário também investe na suplementação da dieta dos animais. A ração é uma mistura de milho, farelo e casquinha de soja.
Mas nem todo pecuarista se preparou para enfrentar o período de seca. Segundo o Sindicato Rural de Campo Grande os pequenos produtores já registram queda de 50% na produção de leite.
Outra dificuldade para o produtor tem sido o valor do frete cobrado no Estado, influenciado pelo preço dos combustíveis e condições das estradas.
Tudo isso quer dizer que o leite sai da fazenda a R$ 0,58 centavos, passa pela indústria e chega até o comércio valendo R$ 1,50, uma diferença de 0,92 centavos que acaba pesando no bolso do consumidor.
Nas padarias e supermercados, o leite tipo “C”, consumido pela maioria das pessoas, está cerca de 30% mais caro. E como a época é de seca, o produto deve ter um novo reajuste ainda este mês.
Segundo o IBGE, MS é o 11º produtor de leite do país, com uma produção que chega a 508 milhões de litros ao ano. Na atividade estão cerca de 30 mil produtores, a maioria de pequeno porte.
 
 
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