1 de agosto de 2007 - 15:55

Terrorista usaria dinamite para libertar Beira-Mar

A Polícia Civil suspeita que o terrorista Sandro de Carvalho, 34 anos, preso em Corumbá na manhã do último sábado com explosivos e várias armas de grosso calibre, tentaria libertar o mega-traficante Luiz Fernando da Costa, o “Fernandinho Beira-Mar”, que está preso na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande desde o dia 27 de julho.

A nova hipótese surgiu depois que o terrorista deu uma nova versão para os materiais apreendidos com ele no sábado passado. Segundo ele, os explosivos seriam para explodir carros fortes durante assaltos, entretanto, a Polícia localizou na residência de Carvalho um mapa apontando para um lugar denominado como “paraíso”, possivelmente o Presídio Federal da Capital, onde está preso “Fernandinho Beira-Mar”.

Carvalho e Marcello Nunes Lisboa da Silva foram presos no sábado passado em Corumbá durante operação que apreendeu uma grande quantidade de dinamite de origem boliviana. Na operação foi constatado que o morador da residência era foragido da Justiça da Bolívia por ter matado, detonando o carro com explosivos, a promotora de Justiça Mônica Vamborres em 2004 na cidade de Santa Cruz de La Sierra.

Na casa foram encontrados 60 quilos de explosivos em bastão (hidro-gel) totalizando 279 bisnagas, cerca de 100 metros de fios condutores para a detonação dos artefatos, três caixas de detonadores (espoleta), uma escopeta calibre 12, uma carabina calibre 22 com luneta, munições diversas, material plástico contendo resíduos de substância entorpecente aparentando ser “cocaína”, além de diversos aparelhos eletroeletrônicos.

Carvalho e Silva foram autuados pelos crimes de posse ilegal de arma de fogo de uso permitido, posse de artefato explosivo e pelo crime de tráfico de entorpecentes. Após a lavratura do flagrante, os autuados foram recolhidos às celas da 1º DP (Distrito Policial) de Corumbá, sendo que Carvalho acabou sendo transferido para o presídio da cidade.

TRANSFERÊRNCIA
O juiz Roberto Ferreira Filho, da Vara de Execuções Penais de Corumbá, determinou a transferência de Sandro Carvalho, 34 anos, para o Presídio Federal de Campo Grande. O magistrado, que foi procurado na tarde de ontem por uma comitiva de autoridades bolivianas pedindo a extradição do terrorista para a Bolívia, disse que isso não depende dele, mas da Justiça Federal.

Ele matou em 2004 a promotora de Justiça Mônica Vamborres, do Ministério Público da Bolívia, na cidade de Santa Cruz de La Sierra, e estava cumprindo pena na Bolívia pelo crime. As autoridades bolivianas também estão em busca de novas informações sobre a prisão de Carvalho que é apontado como um dos maiores terroristas da Bolívia.

Segundo elas, Carvalho é um bandido de alta periculosidade, sendo que em 22 de setembro de 2005 coordenou uma fuga em massa do Presídio de Palmasola em Santa Cruz. Durante a fuga ocorreu troca de tiros e dois presos acabaram sendo mortos pela Polícia, entretanto, 17 conseguiram fugir junto com Carvalho que, durante a fuga, armado com revólver de grosso calibre, rendeu um ônibus mantendo refém cerca de 30 passageiros.

Carvalho continua no presídio masculino de Corumbá nesta manhã e ainda não há data para a transferência, mas podendo ocorrer nas próximas horas, uma vez que a fragilidade do sistema carcerário local não permite abrigar presos de alta periculosidade.
 
 
Mídia Max