Indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru, na Reserva de Dourados, fizeram de reféns pelo menos oito pessoas no posto da Funai (Fundação Nacional do Índio), localizado próximo à Escola Tengatui Marangatu, em Dourados. Eles alegam que estão revoltados por estarem passando fome, conforme o cacique Renato de Souza.

Entre os reféns estão três professores de artesanato, sendo dois de Brasília (DF) e uma mulher de Dourados. A professora Marcela Melo falou que agentes que atuaram Operação Sucuri — para combater a violência nas aldeias — vão trocar de lugar com eles para ficar como reféns.

O chefe do posto da Funai, identificado apenas como Antônio permanece trancado em uma das salas. Os índios prometem mantê-lo refém até a chegada de Eliezer Cardoso, que comanda a Fundação em Dourados. Eliezer já está a caminho da aldeia e deve chegar ao local acompanhado por agentes da Polícia Federal.

Os indígenas alegam que estão sem receber cestas básicas há três meses. O indígena Lucas Paiva, líder da Jaguapiru, relatou que as famílias estão desesperadas e que as crianças precisam chupar cana para matar a fome.

Os indígenas afirmam que a Funai não está fazendo uma boa administração. Eliezer alegou que as cestas de alimentos do Governo do Estado não estão ainda nas mãos da Funai, que passa a gerenciar a distribuição a partir de 15 de agosto.

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